24 de nov. de 2012

Crítica: As Palavras

Posted by Aline Guevara On 16:07 0 comentários




A mais nova produção protagonizada por Bradley Cooper chega aos cinemas com muitos nomes de peso, uma sinopse interessante e muitas expectativas. Mas não raro, filmes que querem dar um salto muito alto acabam sofrendo uma grande queda e este parece ser o caso de As Palavras.

Rory Jansen (Cooper) é um aspirante a escritor que sonha alto. Passa anos se dedicando a seu romance de estreia e quando finalmente o finaliza, passa pelo extenuante processo de bater na porta das editoras oferecendo sua obra, recebendo uma negativa após a outra. Quando ganha algum elogio é para em seguida receber o conselho de que o tema do seu livro não é atrativo para o mercado, portanto, inviável comercialmente.

A situação do escritor, que ainda vive às custas da esposa (Zoe Saldana) e da mesada do pai (J. K. Simmons), que o recrimina por não ser "homem de verdade" para sustentar sua família, fica então insustentável.  Rory começa a se questionar sobre a imagem que construiu de si mesmo, talvez ele simplesmente não tivesse o talento necessário. Os questionamentos só aumentam quando descobre um antigo manuscrito de um livro, não assinado, cuja qualidade é inquestionável. Ele então decide publicá-lo com seu nome e o sucesso é gigantesco. 

Bradley Cooper já demonstrou ao público que não é só um rostinho bonito em Hollywood e a sua atuação neste filme só me fez ter mais certeza do talento do ator. Pois com seu carisma ele não deixou a desejar nem estando ao lado de Robert De Niro em Sem Limites. Mas em Palavras, demonstrando fragilidade e fraqueza, ele some quando está com Jeremy Irons, o que faz todo sentido para a história. Claro que a força da atuação do veterano, que não precisa nem se esforçar para prender a nossa atenção, colabora para isso. Zoe Saldana atua no automático no filme, criando uma personagem não muito crível e incrivelmente tediosa, mas as interações entre Dennis Quaid e Olivia Wilde são excelentes.

O grande problema de As Palavras é o de tentar ser mais do que ele realmente é. Pois apesar da estrutura metalinguística criada, a história dentro da história, o escritor escrevendo sobre o escritor, a resolução simplista faz com que ele soe somente como uma lição de moral sobre as consequências dos nossos erros.

Ainda falta sutileza nas cenas finais. Parece que o diretor teve medo que faltasse compreensão ao público e resolveu esfregar a resposta na nossa cara. E o fim, aliado a várias inconsistências na narrativa, soou forçado. 

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