Em tempos em que a criatividade é uma coisa rara e a indústria hollywoodiana é mais comercial do que artística, é comum vermos diversos remakes, sequências e "prequências", muitas vezes desnecessárias, simplesmente para dar mais dinheiro aos produtores. Se ainda o resultado fosse divertido, poderia ser algo até relevado, mas quando o produto final é monótono e nada acrescenta, sendo apenas uma repetição bem mal feita do antecessor, deveria ser um crime a produção receber luz verde para seguir em frente.
O Legado Bourne (135 min, 2012), infelizmente, se encaixa nessa última parte. Servindo mais para coroar Jeremy Renner (Os Vingadores) como herói de ação, a trama acompanha um agente de outro programa da CIA, Aaron Cross (Renner), no período do segundo e terceiro filme da trilogia bilionária de Bourne. Devido a acontecimentos que poderiam expor o programa Outcome, o agente Eric Byer (Edward Norton, Clube da Luta) resolve acabar com tudo, o que inclui, como já sabemos, todos os agentes e participantes indiretos do programa.
Donald Foite |
A cena mais tensa do filme, envolvendo a cientista Marta Shearing (Rachel Weisz, O Jardineiro Fiel) e Donald Foite (Zeljko Ivanek, True Blood), acontece antes da metade do longa, enquanto o resto do filme passa da monotonia à ação lentamente.
Cross e Shearing |
O agente Eric Byer: "mata todo mundo!" |
Infelizmente, esses motivos não são suficientes para legitimar tal filme. As cenas de ação apresentadas têm cortes bruscos, são rápidas demais e, diferentemente da trilogia original, não são tão realistas e não possibilitam que o público entenda exatamente onde cada personagem está posicionado. Por fim, O Legado Bourne não faz jus a história que o originou, não se sustentando como filme único, dependendo sempre de histórias anteriores para se firmar, ao ponto de somente repetir alguns recursos, sendo previsível e reproduzindo o que já vimos nos outros filmes, mas de forma menos competente.
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