8 de set. de 2012

Crítica: O Legado Bourne

Posted by Thaís Colacino On 21:36 0 comentários


Em tempos em que a criatividade é uma coisa rara e a indústria hollywoodiana é mais comercial do que artística, é comum vermos diversos remakes, sequências e "prequências", muitas vezes desnecessárias, simplesmente para dar mais dinheiro aos produtores. Se ainda o resultado fosse divertido, poderia ser algo até relevado, mas quando o produto final é monótono e nada acrescenta, sendo apenas uma repetição bem mal feita do antecessor, deveria ser um crime a produção receber luz verde para seguir em frente.

O Legado Bourne (135 min, 2012), infelizmente, se encaixa nessa última parte. Servindo mais para coroar Jeremy Renner (Os Vingadores) como herói de ação, a trama acompanha um agente de outro programa da CIA, Aaron Cross (Renner), no período do segundo e terceiro filme da trilogia bilionária de Bourne. Devido a acontecimentos que poderiam expor o programa Outcome, o agente Eric Byer (Edward Norton, Clube da Luta) resolve acabar com tudo, o que inclui, como já sabemos, todos os agentes e participantes indiretos do programa.




Donald Foite
A história nós já conhecemos, afinal, faz parte da trilogia original. A presença de Bourne, inclusive, orienta todos os movimentos dos personagens, sendo uma ameaça sempre presente, ainda que ausente, mas muito mais interessante do que a de quase todos os personagens do filme. É como se a alma do filme não estivesse ali.

A cena mais tensa do filme, envolvendo a cientista Marta Shearing (Rachel Weisz, O Jardineiro Fiel) e Donald Foite (Zeljko Ivanek, True Blood), acontece antes da metade do longa, enquanto o resto do filme passa da monotonia à ação lentamente.


Cross e Shearing
Ainda assim, há algumas coisas boas no filme: a perseguição em cima dos telhados é bem feita e Renner convence bem como o agente com um motivo bem válido para não só sobreviver, mas se arriscar a mostrar que está vivo: ele não quer voltar a ser o que era antes dos remédios produzidos também pela doutora Shearing. Outro fator interessante é a diferença de comportamento dos agentes de cada programa: enquanto os do Treadstone eram extremamente calculistas e até frios, os agentes da Outcome demostram mais sentimentos.


O agente Eric Byer: "mata todo mundo!"

Infelizmente, esses motivos não são suficientes para legitimar tal filme. As cenas de ação apresentadas têm cortes bruscos, são rápidas demais e, diferentemente da trilogia original, não são tão realistas e não possibilitam que o público entenda exatamente onde cada personagem está posicionado. Por fim, O Legado Bourne não faz jus a história que o originou, não se sustentando como filme único, dependendo sempre de histórias anteriores para se firmar, ao ponto de somente repetir alguns recursos, sendo previsível e reproduzindo o que já vimos  nos outros filmes, mas de forma menos competente.

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