9 de set. de 2012

Critica: Abraham Lincoln - Caçador de vampiros

Posted by Bueno Neto On 02:16 0 comentários

"A história prefere lendas a homens, prefere nobreza a brutalidade, discursos inflamados a boas ações solitárias. A história se lembra da batalha e esquece do sangue, mas a história se lembra de mim antes de me tornar presidente. Ela só se lembrara de uma fração da verdade." 
- Do diário de  Abraham Lincoln - Caçador de vampiros !


A citação solene e melancólica vem acompanhada de uma trilha sonora tão serena quanto o peso das palavras e assim que se inicia o filme. Dessa forma somos apresentados ao tom que se estende por todos 105 minutos de película: um tom sério e histórico.

Talvez este seja o grande problema de Abraham Lincoln - Caçador de Vampiros: ele busca muita seriedade. Não estou dizendo que o filme deveria ser descerebrado ou uma comédia pastelão, mas vamos convir que termos o 16º presidente norte-americano caçando vampiros é uma ideia tão sem noção que o próprio filme poderia trabalhar com a ideia e não se levar tão a sério. Em vez disso, temos momentos em que o filme se preocupa tanto com a parte histórica que esquece que o público foi ver Abraham Lincoln matar vampiros.

O filme tem sim muita ação e os momentos sem noção acabam aparecendo, mas eles vem nas cenas de pura ação, tornando mais difícil de acreditar no fato de Lincoln conseguir fazer atos praticamente sobre-humanos do que caçar vampiros.

A trama é interessante e a premissa é boa, apesar de clichê. Nancy Lincoln (Robin McLeavy) é a mãe do futuro presidente Abraham Lincoln (Benjamin Walker) e foi assassinada por um vampiro na frente de Lincoln ainda criança. Ele jura vingança, mas apenas quando seu pai morre anos depois é que Lincoln coloca-a em andamento. Sua primeira tentativa é uma tragédia, ele quase morre e é salvo por Henry (Dominic Cooper) que o ensina como matar os vampiros e lhe dá nomes de vítimas.



Neste ponto seguimos toda parte histórica da vida real de Lincoln: ele trabalhando por moradia, estudando direito e nas horas vagas caçando vampiros. Colocado assim parece até divertido, mas como dito antes, o filme leva muita seriedade onde não deveria e o fato dele caçar vampiros perde o foco em meio aos discursos que ele faz na praça ou seus estudos da constituição.


O filme segue os grandes momentos da vida do presidente colocando de lado sua caçada aos vampiros e somos apresentados a sua vida de casado, seu filho e a entrada na guerra civil americana. Aqui temos um momento realmente bom do roteiro: ainda jovem, Lincoln percebe que não vai matar todos os vampiros matando um por um, então ele resolve já como presidente avançar a guerra civil em seu país e usará a batalha para matar os vampiros. Esta sim é uma ideia que nem Blade ou Buffy tiveram.


Infelizmente os momentos de inspiração do filme começam e terminam nessa ideia, todo o resto é uma mistura de clichês nas coreografias de luta e um relato histórico digno da Discovery. E, no fim, com a guerra ganha os tempos de paz se misturam aos últimos dias do presidente e ouvimos a esposa de Lincoln o chamar para o teatro (felizmente o filme apenas insinua o fatídico dia do teatro sem nos dar outra lição de história) a narração volta a citar tudo de novo..."A história prefere lendas a homens,(...)" e nesse momento temos a certeza e a reafirmação que foi perdido a chance de fazer um filme pipoca divertido e surtado como o título nos fez acreditar que seria.


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