The Glee Project é um dos reality shows mais bizarros, absurdos, engraçados e, portanto, uma das melhores opções de programação para assistir se você quer se divertir. A falta de noção e a instabilidade dos mentores do programa são um show a parte (sem eles, TGP não seria tão insano) e ainda são somadas com várias figuras interessantes que arranjam para competir pelo arco de sete episódios em Glee.
Semana passada foi encerrada a segunda edição do reality show e o resultado, como tudo no programa, não poderia ser mais surpreendente.
O programa é tão envolvente que mesmo quem não assiste Glee pode gostar dele. Se você não assiste e tem algum interesse, eu recomendo. Mas prepare para ser surpreendido porque uma das principais características de TGP é a de sambar na cara dos espectadores. Você vai todo inocente assistir achando que esta é mais uma lúdica competição de canto só para descobrir que, ali, às vezes o que menos importa é se você canta melhor que os outros. Não leia o texto abaixo para não levar umas sapateadas na cara antes mesmo de começar a ver o reality.
(Spoilers da temporada)
"Charlie? Que Charlie? Eu sou Scott Campbell, o sociopata, e estou arrasando nesta competição" |
Depois do inesperado sucesso da primeira temporada, a segunda já começou promissora, com muitos participantes interessantes: tem a turca que não está nem aí para os costumes mulçumanos da família e quer aproveitar a vida; o cego que só quer ser reconhecido por seu talento como cantor (e também como dançarino, e como ator, e como o cara mais simpático e por sua incrível humildade perante a "inferioridade" dos colegas que estão na competição...); o cara hiperativo que quando não está inventando uma dupla personalidade está mandando no diretor dos vídeos de TGP; uma garota com o nome SHANA que era conhecida como o "bebê do crack"; a gordinha com espírito de diva e sem o menor pudor para responder as ofensas falando ainda mais alto; o garoto doce que além de ter uma ótima voz é bonito, inteligente, ou seja, sem grandes problemas na vida para impressionar os colegas e os mentores na semana da vulnerabilidade. É muita gente divertida para um elenco só.
Robert, Nikki e Zack: "Qual dos participantes será nosso alvo essa semana?" |
E para julgar esses adoráveis competidores, o time mais insano da história dos programas televisivos: Nikki, a recalcada (ela é aquela que fala a competição inteira que seu canto é maravilhoso só para acabar com sua imagem posteriormente dizendo que você é limitado); Zach, o sarcástico (ele adora trollar os participantes sugerindo que uma árvore tem melhor aptidão para dançar do que eles), Robert, o gentil, porque alguém TINHA que ser bom nessa história (ele te olha, depois de uma apresentação ridícula, e diz que não foi dessa vez, mas que você é ótimo); e, Ryan Murphy, o instável (primeiro diz que não vê graça em você, mas logo em seguida muda de ideia e quer você em Glee de qualquer jeito). E são eles que preparam também Glee. Depois de ver TGP você entende porque tantas bizarrices ocorrem na série e meu respeito pelos atores só aumentou. Todos merecem um prêmio por trabalhar com essa equipe.
Semana da vulnerabilidade? Não, semana do bullying! |
Os desafios da temporada foram bem interessantes e as músicas escolhidas são sempre ótimas. Mas a qualidade dos clipes, sempre um dos pontos altos dos episódios, variou muito e isso por culpa da falta de criatividade e das ideias absurdas dos organizadores. Enquanto os vídeos de Here I Go Again e Price Tag ficaram bem sem graça, Eye of Tiger foi absolutamente insano. Não tenho nem coragem de dizer que foi ruim depois de tudo que os participantes sofreram para realizá-lo. De quem foi ideia de filmar eles realizando uma série de exercícios, enquanto tinham que dublar a música e ter coordenação motora para fazer tudo certo, em uma única tomada??? Depois da 34ª tomada, gente com tornozelo torcido e vomitando de nervoso era pouco, os mentores ainda queriam que a cadeirante do grupo conseguisse acertar a bola de basquete na cesta sem olhar e ainda cuidando de sua respectiva coreografia. Facilitar a vida para quê, certo?! Em compensação, o clipe de Everybody Hurts, o mash up Hit Me With Your Best Shot/ One Way or Another e o "trailer" de Perfect foram excepcionais.
Ryan Murphy e sua solidez: "Eu não gostava de você há cinco minutos, mas neste momento eu te amo quero que entre em Glee AGORA" |
Por mais que eu tenha gostado da vitória do Blake e achar que será um ótimo acréscimo a Glee, é impossível ignorar o quanto a sua vitória vai contra a ideia de TGP. O programa prega a inserção de jovens artistas que, assim como os personagens de Glee, sejam underdogs na vida, tenham histórias inspiradoras, vulnerabilidades, etc. No entanto, alguns foram eliminados justamente porque Ryan Murphy e seu time não souberam lidar com a pessoa, como exigir uma boa expressão e atuação de um garoto cego ou exigir que o menino que tem problemas de concentração devido a uma doença fique focado. Isso não é nenhum demérito à vitória do menino, que mereceu muito vencer, só uma observação de (mais) uma incongruência na linha do programa. Lógica, a gente não vê por aqui.
Críticas a parte, até esses "defeitos" tornam o programa interessante, porque não existe lógica em nada do que acontece ali e as chances de você ficar chocado com o que vê no reality, a cada episódio, são gigantes. Depois de mais uma temporada de sambadas na cara, tudo o que queremos é que venha mais TGP ano que vem com Nikki, Zach, Robert e Ryan mais surtados que nunca e mais participantes para serem trollados pelo programa.
De repente entendemos porque Ryan Murphy deu a vitória para o Blake... JUSTO! #brincadeiragalera |
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