4 de jul. de 2012

Radio Gaga: Rush volta com peso total

Posted by Renan Martins On 20:39 0 comentários

A proposta de voltar ao rock pesado, depois de uma década de 80 regada a efeitos eletrônicos e apelo pop, já havia sido resgata no disco Roll the Bones, de 1991. 

Em sequência, o trio canadense legaria ao público duas obras primas, a saber, Counterparts (1993),  cuja Leave That Thing Alone valeu o grammy de melhor composição instrumental ao grupo, e Test for echo (1996), em que o ritmo "quebrado" das cordas e da bateria atingiria níveis alucinantes de precisão e diversidade.

Após um hiato de seis anos, causado sobretudo pela morte da filha de Neil Peart, Geddy Lee (ou God Lee, como chamam os fãs - baixo), Alex Lifeson (guitarra) e Peart (bateria) lançam em 2002 Vapor Trails, um álbum apenas mediano, mas importante porque marca o retorno da banda após uma quase dissolução e a primeira turnê pelo Brasil, registrada no DVD Rush In Rio.

Vapor Trails é o retrato do grupo juntando seus caquinhos, o disco possui alguns elementos de peso, psicodelia, rock progressivo, mas não soa coeso e o resultado é fragmentário, com poucos bons momentos.


Rush na época de Vapor Trails (2002)
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Snakes and Arrows, lançado em 2007, prova que o grupo havia se solidificado novamente. As composições são mais consistentes e apresentam equilíbrio maior, entre o peso, a experimentação, o violão folk, timbres mais modernos e um som mais limpo, com uma produção muitas vezes superior ao trabalho anterior. O único revés deste disco é a economia no peso das músicas, marca característica nos anos 1990.




Geddy Lee e Alex Lifeson em show na Alemanha, em 2005
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Do alto de seus quase 60 anos, os integrantes do Rush resolveram pôr na praça um petardo. Clockwork Angels é de longe o álbum mais pesado da discografia do grupo e pode ser considerado um dos melhores trabalhos (de um total de 20), ao lado dos já citados Counterparts e Test for Echo, sendo igualmente superior aos seus dois antecessores.










A primeira composição, Caravan, é boa, com uma base  cadenciada, mas ainda é um "esquenta" do que está por vir. A segunda música, BU2B, é um dos maiores destaques, com um peso estrondoso e um refrão grudento e inspirado.


The Wreckers é a balada típica do Rush, cheia de variações, guitarras limpas e distorcidas, refrão repleto de backing vocals, em tom menor, feita para embalar multidões com as luzes de seus aparelhos eletrônicos. Headlong Flight aproxima bastante a banda do metal, com um riff típico do estilo, peso e dimensões épicas.

As duas últimas, Wish them well e  The Garden, são medianas. Com seu rock psicodélico soam previsíveis e sem muita força diante das músicas anteriores.



Veja a performance do Rush em YYZ no Rio de Janeiro, em 2002 :





Clockwork Angels é o ponto culminante do Rush que vinha se (re)construindo desde Vapor Trails, em 2002. Traz todos os ingredientes que fizeram da banda uma das mais cultuadas do rock e adicionou ao som complexo, sensível e variado de costume nuances de Black Sabbath, com Alex Lifeson fazendo pesquisas inteligentes de timbre, em riffs que atualizam e resgatam ao mesmo tempo a alma roqueira da banda dos anos 1970.

Falar do desempenho da cozinha, formada por duas lendas vivas de seus respectivos intrumentos, é chover no molhado. Basta dizer que são Geddy Lee voando baixo (pegou o trocadilho?) e Neil Peart descendo o braço com as baquetas em punho.





A gigantesca bateria de Neil Peart
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Confira o vídeo de Headlong Flight, uma das melhores composições de Clockwork Angels:





Serviço

Rush
Clockwork Angels (2012)
R$ 24,90 em média (Livraria Cultura, Saraiva e Fnac)

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