Homem-Aranha é a história sobre um adolescente picado por uma aranha radioativa ...wait... É a história do jovem picado por uma aranha geneticamente modificada ...wait... É a história de um cara picado por uma aranha.
Confuso?
Confuso?
Quando se faz um reboot de um filme aclamado como Homem-Aranha de Sam Raimi, principalmente com tão pouco tempo entre o filme original e o reboot, apenas dez anos, é quase impossível fugir da confusão e da comparação. É preciso ter uma história realmente espetacular, e o novo filme do Homem-Aranha infelizmente não cumpre esse papel. Não é um filme ruim, mas faltou muito para ser espetacular.
O pior defeito do novo filme é realmente estar à sombra do filme de Raimi. Essa faceta fica evidente em cada detalhe da tela, o filme tenta beber da fonte original dos quadrinhos e ao mesmo tempo tenta desesperadamente se mostrar diferente do filme de 2002. O problema é que ele tenta tanto ser diferente que acaba sendo igual ao filme original. Não quero dar spoilers, mas todos grandes momentos do filme de Raimi estão lá, incluindo o momento que as pessoas de Nova York ajudam o herói e até o modo como termina a situação do interesse romântico do filme.
Com essa dificuldade na trama seguimos Peter Parker na adolescência comum, apesar de vitima de bullying enfrenta seu agressor, tem até certa desenvoltura com as mulheres apesar de ainda ser tímido, anda de skate... Com isso saiu muito do personagem original. O filme perdeu em dramaticidade também, afinal esse Peter que se defende de bullying acaba sendo o mesmo que luta contra o crime quando ganha poderes, não tem um crescimento de personagem nem transformação. É como se ganhar poderes apenas desse liberdade para fazer em maior escala o que já fazia.
Quanto a prometida história não contada de Peter Parker? Infelizmente (ou felizmente) continua não contada, o filme só arranha uma trama que poderia ser maior, mas abandona com evidente pressuposto de continuações. E não foi só essa trama abandonada não, houveram outras, que novamente pouparei para evitar spoilers, mas parece que ignorar e empurrar pra um próximo filme foi a ordem da vez que se estende até a cena pós credito (que foi decepcionante).
O filme tem muitos defeitos, mas também tem bons momentos se analisados como uma unidade: as atuações de Andrew Garfield e Emma Stone estão ótimas, a química entre os dois é muito boa e rendem momentos divertidos e emocionantes; Martin Sheen como tio Ben se destaca. A atuação é tão boa que supre uma deficiência de roteiro, aumentar a importância do pai de Peter, e ele não só supera esse defeito como nos cativa e aumenta a importância do tio Ben.
O filme tem muitos defeitos, mas também tem bons momentos se analisados como uma unidade: as atuações de Andrew Garfield e Emma Stone estão ótimas, a química entre os dois é muito boa e rendem momentos divertidos e emocionantes; Martin Sheen como tio Ben se destaca. A atuação é tão boa que supre uma deficiência de roteiro, aumentar a importância do pai de Peter, e ele não só supera esse defeito como nos cativa e aumenta a importância do tio Ben.
Os efeitos especiais, direção e diálogos são bons, assim como as atuações, e principalmente a cena do Stan Lee, que foi a melhor participação dele. Outras referências resgatadas das HQs também foram ótimas e muito bem vindas, como o Aranha sarcástico e a genialidade do Peter mostrada não só em construir o lançador de teia, mas também com criações tecnológicas caseiras em seu quarto, como a tranca automática da porta. Além disso, as cenas em primeira pessoa do herói balançando por Nova York são bem interessantes.
O espetacular Homem-Aranha pode não ser “espetacular”, tem muitas falhas, mas também tem seus momentos emocionantes e envolventes. Talvez não seja tão bom apenas porque reconta uma história tão clara em nossa memória e quem sabe nas inevitáveis continuações ele não se torne espetacular como o personagem é há mais de cinquenta anos.
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