Diana, Jake, Faye, Cassie, Melissa e Adam: os membros do Círculo |
The Secret Circle é uma série de expectativas. Você espera que pela premissa a série seja boa, daí começa a assistir. Percebendo as várias derrapadas do roteiro, você acredita que em algum momento a história vai melhorar, então continua acompanhando. Como já havia comentado anteriormente, o seriado sempre teve potencial, mas demorou demais para mostrar alguma coisa que valia pena. Tanto que o canal CW cansou das expectativas que não se realizavam e resolveu dar um fim no seriado de bruxos mais não-mágicos que a televisão já viu cancelando-o de vez.
Faye é carismática, mas não tem trama bem desenvolvida |
A série não foi de todo ruim e bem que merecia conquistar a renovação, visto que o final de temporada deixou vários bons ganchos para uma história interessante na segunda temporada. Mas como a premissa inicial da série também era bacana e os roteiristas conseguiram transformar a primeira temporada em uma salada mista de tramas chatas, é difícil dizer se conseguiriam manter a qualidade.
No começo a série consegue conquistar a curiosidade do público em relação ao Círculo de magia e os elementos mágicos, sem contar que apresenta personagens que tem grandes chances de crescer e se tornar mais interessantes. O problema é que a magia do grupo e as várias possibilidades individuais de cada um do Círculo, como foram apresentadas nas imagens promocionais em que os bruxos representavam elementos da natureza (água, terra, ar, fogo...), praticamente é posta de lado para o desenvolvimento de histórias que não levam a lugar nenhum.
O nome da série é The Secret Circle, O Círculo Secreto, mas poderia facilmente mudar para O Círculo da Cassie, porque a protagonista é a única que tem um desenvolvimento maior e mais relevante na história. Mas apesar da falta de carisma da personagem, ela se mostra cada vez mais interessante conforme vai deixando de ser a menininha insossa dos primeiros episódios para se tornar uma bruxa com uma poderosa magia negra e de confiança duvidosa.
Casal chato da história |
Diana e Faye, indo na contramão, são personagens realmente carismáticas, mas que demoram a ter histórias relevantes. É uma pena que a primeira tenha abandonado seu lado de liderança do grupo e tenha ficado à margem até os episódios finais. Faye está sempre sob holofotes, mas geralmente é em tramas que não fazem o menor sentido para a história, como a relação com o garoto que mexe com vudu e sua namorada psicótica.
Melissa é esquecida após a morte de Nick, sempre apagada seguindo ora Faye, ora Diana, ora o resto do grupo e por mais que diga várias vezes que tem personalidade própria independente dos outros, não é isso que vemos na tela. Ainda assim, Adam é de longe o personagem mais chato da série, só servindo para protagonizar o romance sem graça da série com Cassie e fazer cenas de ciúme irritantes. Jake é um personagem extremamente instável, mas acaba se mostrando charmoso no fim das contas.
(Spoilers do final da temporada)
Cassie e Diana descobrem que não estão só unidas pelo Círculo, mas também por sangue Balcoin |
A trama realmente ganha fôlego nos últimos quatro episódios da temporada. Apesar de terem gastado muito tempo desenvolvendo a história dos caçadores de bruxas, não são eles a maior ameaça do Círculo. A trama realmente ganha fôlego nos últimos quatro episódios da temporada. Sabemos que John Blackwell, pai de Cassie, está sempre tramando alguma coisa e merece desconfiança. Mas ao descobrirmos que Diana também é filha de Blackwell, portanto tem a mesma magia negra do clã, entendemos que há algo muito errado na aparição repentina do bruxo.
Com a revelação no último episódio que o descendente da linhagem negra dos Balcoin realmente é o vilão da história somos apresentados ao seu plano megalomaníaco: ele usará o poder da caveira de cristal para matar todos os bruxos que não tenham o seu sangue, fortalecendo seus próprios filhos (afinal tem dois filhos em cada um dos três círculos mágicos existentes nos EUA) e pretendendo conquistar o mundo com seus poderes. Simples assim. E ele quase consegue, não fosse pela união de Cassie e Diana para detê-lo. A protagonista, aliás, não mede esforços para derrotar o pai, ainda que isso signifique arriscar a vida da irmã para despertar nela a magia negra.
A última cena é muito empolgante: com o Círculo desfeito pela magia de Blackwell, finalmente os bruxos têm autonomia para desenvolver seus poderes individuais; Jake recebe um artefato do avô e a mensagem que os outros círculos estão se juntando; Adam sendo atraído pelo poder da caveira de cristal (vai que isso o levasse à morte na próxima temporada!); Diana fugindo com o australiano fofo que conheceu, mas percebendo que em sua mão está a marca de Blackwell; Cassie, com a mesma marca na mão, obviamente mais poderosa, testando seu poder acendendo o fogo da lareira; e, o mais interessante, quatro jovens observando a cidade de Chance Harbor. Os quatro outros filhos de John Blackwell!
A possibilidade de termos bruxos contra bruxos era muito interessante. Infelizmente a série resolveu inserir a história tarde demais e não conseguiu se salvar. Para quem se sentir muito curioso para saber mais sobre como poderia ser a trama das outras temporadas ao menos pode acompanhar os livros de L. J. Smith, que deram origem ao programa.
Os outros quatro Blackwell: nunca saberemos o que pretendiam |
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