Nada passa despercebido aos olhos de um artista. Assim ocorreu com Tim Burton. Um dia, quando passava em frente a uma loja viu a substituição de artigos do Halloween por enfeites de Natal, diante de seus olhos nascia uma história macabra e divertida. Anos depois, o conto se transformou em filme, “O Estranho Mundo de Jack” (1993). Antigas técnicas de stop-motion deram origem a uma criativa animação musical, que agradou as mais diversas idades.
Apesar de ter concebido a história e supervisionado a produção, Tim Burton deixou para Henry Selick a dirigir, também conhecido por “James e o Pêssego Gigante” (1996) e por seu mais recente trabalho “Coraline e o Mundo Secreto” (2009). O roteiro foi escrito por Caroline Thompson, responsável também por “Edward Mãos de Tesoura” (1990) e “A Família Addams” (1991). Dado os devidos créditos vamos à história.
Considerada uma das mais sombrias histórias natalinas, onde monstros e criaturas fantásticas povoam a Terra do Halloween. Em meio a tantos personagens macabros, eis que surge um esqueleto, responsável pela organização da festa mais assustadora do ano, o carismático Jack Skellington.
Após tantos anos fazendo as mesmas coisas, viu sua vida cair em uma tediosa rotina. Jack resolve então dar um passeio sem destino e no meio do caminho se depara com diversos portais que conduzem a outras festividades como a Páscoa, o Natal, e a Ação de Graças. Nesse instante ele começa a descobrir um mundo novo, cheio de coisas que nunca imaginou que houvesse.
O portal escolhido foi o mais colorido e iluminado, onde pessoas demonstravam amor umas pelas outras, trocavam presentes e eram felizes: o Natal. Jack ficou tão encantado que, de volta a sua Terra, decidiu sequestrar o Papai Noel e organizar seu próprio Natal, mesmo sendo alertado por Sally, a boneca de pano que Dr. Finkelstein deu vida, que algo de ruim poderia acontecer caso ele seguisse com esse plano.
Apesar dos anos que se passaram, o filme não se tornou “desatualizado”, suas técnicas muito bem feitas construíram um visual encantador, o cenário da Terra do Halloween possui características e designs que impressionam o espectador, como a lua cheia com seu brilho imenso, as árvores retorcidas, o sol alaranjado e, principalmente, seus inusitados personagens, que através dos detalhes enriquecem a narrativa, como as duas faces do Prefeito da Cidade.
A bela trilha sonora ficou por conta de Danny Elfman (companheiro de longa data de Tim Burton). O diretor de fotografia Pete Kozachik, que também participou de “Coraline e o Mundo Secreto” e “Noiva Cadáver”, realizou um ótimo trabalho, utilizando cores monocromáticas e iluminação intensa, destacou cada detalhe com uma precisão incrível.
Com a ideia fixa de ser o Papai Noel “da vez”, Jack se torna ambicioso e, coloca todo o povoado para trabalhar em prol de um fantástico Natal, que em sua mente, será o melhor de todos. As criaturinhas se revelam amáveis e dispostos a agradá-lo, acreditando que estavam fazendo a coisa certa. Nesse momento o verdadeiro espírito natalino se faz presente. Por mais monstruosas que pareciam ser fisicamente, demonstraram uma beleza interior, se uniram, mostraram que estavam dispostos a qualquer coisa (com direito a laçarotes) para fazer a festa de Natal acontecer, mesmo sendo algo do qual nunca haviam participado nem ao menos visto, faziam conforme Jack ordenava. Claro que o Bicho Papão não está incluso nessa descrição, ele representa o cruel e temido vilão da narrativa.
O espírito do Natal é assim, cada um revela o melhor de si. E faz acontecer.
3 comentários:
Adoro o Jack, adoro o filme e adorei a materia! ^^ Só faltou falar do Zero *.*
minha filha assistiu e achou o maximo:D
ei vc esqueceu do zero o cachorro do jack
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