Se é ou não hora do médico ranzinza dar adeus à televisão pode até ser discutível, mas tem uma coisa que não é: Hugh Laurie marcou presença com sua interpretação impecável e House com certeza é uma das melhores séries médicas já produzidas. Não é à toa que o ator coleciona prêmios, assim como os produtores e roteiristas do programa.
Está preparado para o fim da série? Que tal relembrar as temporadas anteriores enquanto acompanha o último ano do seriado?
1ª temporada
Somos apresentados ao adorável/detestável Dr. Gregory House (Hugh Laurie). Tão brilhante quanto anti-social, ele passa seus dias diagnosticando casos que ninguém mais conseguiu. Nesse ponto ele lembra muito o detetive britânico da literatura, Sherlock Holmes. A semelhança não é gratuita, afinal o médico foi baseado na criação de Conan Doyle. Se um de seus hobbies é solucionar casos (sim, ele age como se fosse um hobby), outro é atazanar a vida de seus subordinados, o trio que faz parte de sua equipe: o mimado puxa-saco Chase (Jesse Spencer), o arrogante Foreman (Omar Epps) e a gentil Cameron (Jennifer Morrison).
O trunfo da primeira temporada é o desenvolvimento de House ao lado do trio, especialmente contrapondo suas atitudes racionais ao extremo com o lado humano de Cameron.
2ª temporada
Já conhecemos os personagens, mas a segunda temporada nos traz muitas surpresas interessantes sobre eles como o passado de Cameron ou a falta de caráter de Foreman.
House continua brilhante em seus diagnósticos e a temporada oferece casos memoráveis como o vizinho gay do médico que por pouco não infecta Cameron com AIDS, a modelo hermafrodita ou o policial que sofre de ataques de riso após ser baleado.
3ª temporada
O uso de Vicodin (ou hidrocona) finalmente começa a se mostrar como um problema para House, que enfrenta a pressão para deixar de usar o remédio, mas não consegue se livrar da dependência da droga. É interessante ver como a falta da dor na perna no começo dos episódios modificou sua postura e como a volta dela o leva novamente ao estado de miséria e amargura.
Ao longo dos episódios o protagonista enfrenta problemas com a polícia e com a administração do hospital. A temporada também marca o começo do romance entre Chase e Cameron, mas é o caótico relacionamento de House e de sua equipe que rouba a cena: a saída de Foreman, a demissão de Chase e a decisão de Cameron de também abandonar o médico. Ficou difícil de imaginar o que os roteiristas iriam preparar para a temporada seguinte.
4º temporada
E chegamos ao momento de virada do seriado, pois o que será de House agora que está sem seus três membros da equipe? Afinal, Cameron, Chase e Foreman também eram muito queridos pelo público. As dúvidas foram muitas, mas os roteiristas conseguiram driblar bem o problema que tinham nas mãos e conseguiram criar uma excelente 4ª temporada. A seleção de membros feita pelo protagonista é absolutamente hilária e resulta em alguns dos episódios mais divertidos da série. E a equipe original também não é esquecida. Suas histórias correm paralelamente, eles permanecem em contato com House e muitas vezes auxiliam os candidatos.
Por fim, após a inserção definitiva de Taub (Peter Jacobson), Kutner (Kal Penn) e Treze (Olivia Wilde) na equipe (esta última a melhor de todos), a série culmina em seu melhor final de temporada, o episódio duplo House’s head e Wilson’s heart.
5º temporada
Depois do bombástico final da 4ª temporada, a 5ª começa com expectativas. Se Wilson (Robert Sean Leonard) começa a temporada com o coração devastado, outros terão os seus acolhidos. Love is in the air... Chase e Cameron estão mais apaixonados do que nunca (ok, com um monte de problemas também, mas não os impede de casar no final da temporada), Foreman e Treze começam a namorar e está cada vez mais evidente o interesse amoroso entre House e Cuddy (Lisa Edelstein).
Mas uma das principais tramas da temporada certamente é a descoberta da doença de Treze, Huntington, uma doença genética degenerativa sem cura que não lhe dá muita expectativa de vida. E, claro, o suicídio sem maiores explicações de Kutner que abala toda a equipe, principalmente House. O ator Kal Penn precisou deixar a série após receber uma proposta para trabalhar junto com a equipe de Obama na Casa Branca.
Mais um excelente final, no qual House descobre que está tendo alucinações por causa do excesso de Vicodin e precisa ser internado em uma clínica de desintoxicação.
6ª temporada
Diferente de tudo o que vimos até agora, começamos a temporada assistindo a um House preso, internado em uma clínica de reabilitação e somos presenteados com alguns dos melhores momentos da série.
Mas se por um lado esse início da série na reabilitação compõe algumas das mais inspiradas do médico, por outro o restante dos episódios se mostra bem irritante e sem graça. Somos obrigados a aguentar a ridícula desculpa que Cameron arranja para terminar seu casamento com Chase e sumir de vez da série, os problemas no relacionamento de Taub e sua esposa (como se alguém se importasse...) e casos cada vez mais chatos com pacientes que nada tem a oferecer de interessante.
Mas o final é bom, mais uma vez. O caso da moça presa nos escombros de um prédio que desabou é impressionante e tenso de se acompanhar e o desfecho é imprevisível. Tão bom que quase esquecemos a temporada medíocre.
7ª temporada
House está amando e está sendo amado em retorno. Finalmente o médico e Cuddy assumem um namoro, que rende tantos momentos engraçados quanto irritantes dramas fracos arrastados por capítulos inteiros (“estamos mal porque você usou minha escova de dente!”). Fica a dúvida se o romance realmente foi uma boa saída, afinal, House sempre foi conhecido (e adorado) por sua racionalidade extrema e não seu lado emocional.
Com a saída de Treze, entre em cena Martha Marsters (Amber Tamblyn), que não chega a ser um problema, mas sem a complexidade da médica anterior e sem o carisma de Cameron, não chega a ser marcante na equipe. Inclusive, a série melhora com a volta de Olivia Wilde.
Mas é nos casos que vemos que o seriado já perdeu sua força. Parece que todos as discussões éticas, morais e religiosas que os pacientes propõem para House já foram discutidas em temporadas anteriores, com mais intensidade e melhor desenvolvimento. Aparentemente, a força criativa por trás da série achou dificuldade para criar novos desafios.
E é com o final mais sem graça de todas as temporadas que House dá adeus ao seu sétimo ano e propõe o início daquele que vai ser seu último período na televisão.
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