Por Gabriela Saldanha
Juno (Ellen Page) é uma garota americana de 16 anos que descobre, depois de muito suco de laranja e três testes farmacêuticos, estar grávida de seu amigo de escola.
Com um ar leve e descontraído, o filme traz em todo seu enredo não somente o assunto da gravidez na adolescência, mas trata também sobre uma variedade de temas como o sexo, a educação sexual, matrimônio, segunda união, aborto, divórcio, amizade, vida familiar, insatisfação afetiva, amor eterno, namoro, preconceito e adoção.
A personagem tem uma personalidade diferente, a começar pelo nome retirado da Mitologia grega, onde Juno seria uma das esposas de Zeus. Ela é engraçada e inteligente, meiga e sensível.
A história de Juno é marcada também por muitas contradições relacionadas a maturidade para ser mãe, vividas por Juno e Vanessa (Jennifer Garner), ou em assumir o papel pai, como é o caso dos personagens Bleeker (Michael Cera) e Marck (Jason Bateman). Juno foi imatura ao engravidar, porém madura ao contar ao seu pai e madrasta (que reagiram de forma passiva) e assumir a gravidez. Mas mesmo tendo uma condição financeira estável, decide doar seu filho a outra família querendo o “melhor” para criança.
Aqui nota-se uma diferença gritante da cultura latina para a norte-americana. Nossa subjetividade (e sentimentalismos) é comparada com o pragmatismo e a objetividade deles. Não é o caso de inexistência do amor, mas sim de haver um maior desprendimento nas relações pessoais entre eles. Pode-se destacar também a questão da mulher como tendo maior autonomia, seja no trabalho, na família, na escola, nas relações, nas escolhas e decisões que ela mesma toma e concretiza.
O fator “religiosidade” é tratado com sutileza, quando a personagem Su-Chim protesta em frente à clínica de aborto (legalizada) , fazendo com que Juno repensasse sua decisão, e ao desistir sua amiga grita: “- Deus aprecia seu milagre!”. E também quando a madrasta de Juno diz que “o bebê será uma benção de Deus para outra família.”, eliminando possibilidades de discussões mais profundas relacionadas a religião.
Vencedor do Oscar de melhor roteiro original, o filme canadense-americano de 2007 oferece uma gama de assuntos que nos fazem refletir sobre a vida, porém essa reflexão acontece de forma bem natural, assim como nos é apresentada a história.
Juno foi dirigido por Jason Reitman e escrito pela novata Diablo Cody. O filme “apareceu” também nas premiações como BAFTA, Screen Actors Guild Awards, Golden Globe.
O que está esperando para estourar aquela pipoca e curtir o filme no sofá?!
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