Jean-Dominique Bauby era um homem no auge de sua vida profissional, até que no dia 8 de dezembro de 1995, o jornalista sofreu um acidente vascular cerebral e mergulhou em coma profundo. Quando acorda percebe-se que foi atingido pela "Locked-in Syndrome"; em que o paciente não consegue se mexer, comer, falar; preso em si mesmo. A única parte do corpo que ainda se movimenta era o olho esquerdo.
Por se tratar de uma autobiografia de um homem em tais condições, não é de se esperar grandes emoções. Ledo engano, é incrível o metódo que ele desenvolve para se comunicar, e escrever o livro. Outro ponto relevante é a conciência e lucidez que Bauby tinha, apesar de sua condição.
O modo de se comunicar do jornalista merece reconhecimento, enquanto a enfermeira ditava o alfabeto em padrão ESA (adaptado para a língua francesa), Jean-Dominique piscava na letra que desejava. E desse esforço nasceu o livro.
A obra é um misto de lembranças de sua vida e momentos no hospital, permeado por capítulos que consistiam em histórias criadas por ele. Dá pra sentir-se preso junto com ele num escafandro, assim como voar como borboleta pelas lembranças.
A angústia é um ponto marcante na obra, mas é completamente justificavél. Ele não tinha como se expressar, se mexer, enquanto o mundo acontecia a sua volta. Mas, temos a chance de saber o que pensa uma pessoa nessa condição. Mostra a capacidade da mente e o poder que ela tem em situações extremas. É uma lição de vida, apeser de ter todos os ingredientes para ser uma história de de coitadismo, Jean-Dominique não se retrata como sofredor.
Vale para repensar a ideia que temos da vida e do acaso.
0 comentários:
Postar um comentário