Go Speed, Go!!! |
Em 2008, concluída a trilogia
Matrix, os irmãos Wachowski começaram um novo projeto: levar Speed Racer para o
cinema. Uma tarefa difícil, visto que grande maioria (se não todas) as
produções baseadas em animes ou mangas são um fracasso total, tanto de crítica
quanto de público (Dragon Ball, estou falando de você e, futuramente, do Akira
americanizado). Pois bem, o filme não foi bem na bilheteria e não agradou
grande parte da crítica, mas diferente dos exemplos, ele não é ruim, muito pelo
contrário. Talvez pela expectativa criada por ser os irmãos e pelos filmes que
tinham acabado de completar, Speed Racer foi injustiçado.
Todos os elementos do anime estão
lá: o macaco e o irmão de Speed em cenas engraçadas e no porta-malas, a união
da família Racer, o vilão que de alguma forma lucra com os resultados da
corrida, o mistério do Corredor X (que muitos reclamaram por ter sido elucidado
no primeiro filme, mas e se não houvesse – como não há – previsão de
continuação? É...), Speed bebendo leite no pódio, as frases típicas dos
personagens, as armas criativas dos outros corredores para fazer uma corrida
injusta, o mecanismo de pular do Mach 5... Tudo o que os fãs poderiam pedir foi
atendido.
O colorido mundo de Speed Racer (clique para ampliar) |
Speed é interpretado por Emile
Hirsch como Speed deveria ser: obstinado, um pouco ingênuo e amante do que faz.
Ao ver a família a beira da falência e ver suas crenças ruírem, não mede
esforços para trazer a verdade a tona. Afinal, foi baseado em um clássico japonês,
então é um pouco “preto no branco”. Mas e as corridas e batidas? Bom, faz parte
do jogo e ninguém realmente se fere, então Speed não está sendo mau, certo?
A estética do filme pode ser
descrito como LSD visual. Depois de muito azul e verde em Matrix, parece que
Speed Racer faz aflorar todas as gamas de cores, saturadas ao máximo, que os
irmãos não usaram. Os cenários são simplesmente lindos, os ambientes criados, a
cidade um tanto quanto futurista, as milhares de voltas e curvas das corridas...
Esse arco-íris ululante e a rapidez das cenas das corridas, com movimento de
câmeras faz com que o espectador realmente sinta o que os corredores sentem.
Apesar de ser um filme para a família com um final nem um pouco surpreendente,
Speed faz com que o espectador vibre, se emocione e torça pelo protagonista,
coisa que poucos filmes estão fazendo.
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