Muitas são as vezes que me pego pensando em como seria se tivesse nascido em outra época. Não uma época futurística, cheia de tecnologias e avanços industriais, mas sim há alguns anos atrás, quando as pessoas davam mais valor às pequenas coisas, quando grandes artistas surgiam aos montes e quando bons músicos, com suas letras e melodias inéditas, recheavam os ouvidos, (isso não significa que hoje não temos ótimos músicos). As décadas passadas foram repletas de revelações musicais.
Quando falo de “bons músicos” é claro que uma das melhores bandas de rock de todos os tempos está inclusa e ganha destaque: a britânica Queen, uma das bandas mais populares e influentes do mundo. Resultado de uma miscelânea entre as elaboradas apresentações ao vivo e o carisma e dinamismo da sua grande estrela, o vocalista Freddie Mercury que, com seus gestos exagerados e saltos acrobáticos combinados a uma voz excepcional, era a personificação da banda.
Com improvisos vocais que faziam as multidões se encantarem, Freddie e a banda conseguiam envolver o público em seus shows, tamanha a empolgação com que tocavam. Tais feitos tornaram suas turnês um grande sucesso na década de 1970, estádios das mais diversas partes do mundo lotavam para vê-lo cantar. Suas apresentações ao vivo eram inovadoras, o abuso das luzes e dos efeitos especiais às transformavam em um espetáculo.
Há quem diga que o período em que se está na faculdade é um dos melhores da vida e existem razões para isso: você aprende milhares de coisas novas, faz amigos que duram para a vida toda e, em meio a tudo isso, por que não montar uma banda? Foi assim que surgiu a banda Queen. No final da década de 1960 o baixista e vocalista Tim Staffell tinha uma banda chamada Smile, que era composta por Brian May como guitarrista e Roger Taylor como baterista. Através de Staffell eles foram apresentados a Farokh Bulsara, que mais tarde, com a saída de Staffell, se tornou o vocalista da banda e passou a atender pelo nome artístico de Freddie Mercury. Foi ele também que batizou a banda com o nome de Queen e logo depois o baixista John Deacon completou o grupo.
O primeiro grande contrato discográfico foi assinado com a EMI, em 1973, e assim foi lançado o primeiro álbum intitulado “Queen”. Apesar das expectativas o sucesso esperado não ocorreu, pois seu som era considerado pesado, contendo o mesmo teor do heavy metal. Ainda assim, a faixa "Keep Yourself Alive" ganhou destaque alcançando o Top 40 do Reino Unido.
Com um som mais melódico e com uma excelente qualidade, o segundo álbum “Queen II” carimbou o melhor do rock praticado até então. A composição que ganhou destaque foi "Seven Seas of Rhye", primeira canção da banda a alcançar o Top 10 do Reino Unido. O lançamento do terceiro álbum “Sheer Heart Attack” ocasionou uma reviravolta na trajetória da banda. Lançado em 1974, ficou entre os 10 mais vendidos da Inglaterra e fez com que o Queen se tornasse conhecido dos dois lados do Atlântico.
Uma das obras-primas de Freddie Mercury foi a longa “Bohemian Rhapsody”, lançada em 1975, no quarto álbum “A Night at the Opera”. Mais uma inovação com qualidade, beleza e até certa agressividade, provocando suspiros na indústria musical. Até aqueles que não gostavam de Queen viram-se encantados com a harmonia do álbum, que continha, por exemplo, “Love of my Life”, “The Prophet's Song” e “You're my best Friend”. Outra obra-prima de Freddie foi a "Somebody to Love", uma canção repleta de exageros vocais (no bom sentido, claro) e complexas passagens, onde fica visível o poder de sua tão envolvente voz.
Seus fãs não tiveram decepções já que nos anos seguintes lançaram os albúns “A Day at the Races” e “News of the World”. Este segundo trazia os grandes sucessos "We Will Rock You" e "We Are The Champions", e tamanhas grandezas lhes proporcionaram a tão esperada fama e glória. Existe uma lenda que afirma que os integrantes nunca viajavam juntos em um mesmo avião, pois, se caso um dos aviões caísse, a banda poderia continuar com os integrantes sobreviventes.
Mas o ano de 1991 não foi nada agradável para os fãs. Rumores começaram a surgir de que Freddie Mercury estava com AIDS. No início ele negou e ainda gravou o álbum “Innuendo”, lançado em fevereiro do mesmo ano. O sucesso foi garantido, com algumas canções que lembravam o Queen dos anos 1970 destacou-se a bela canção "These Are The Days Of Our Lives"; em seu clipe foi possível notar o quão magro ele estava e com a voz fraca. Outras composições também fizeram sucesso como "Innuendo", “The Show Must Go On" e "I'm Going Slightly Mad".
A temida declaração ocorreu no dia 23 de Novembro de 1991: em seu leito Mercury fez uma gravação onde divulgava que realmente tinha AIDS. Doze longas horas se passaram e ao final delas ele faleceu vítima de uma broncopneumonia, aos 45 anos de idade. Seu funeral foi privado, ele foi cremado e suas cinzas jogadas no Garden Lodge, famosa propriedade do cantor.
O Queen em toda a sua trajetória sempre demonstrou união entre os integrantes e, mesmo com a morte de Mercury, o grupo continuou. O último álbum de estúdio foi lançado em 1995, intitulado “Made In Heaven”, feito a partir das últimas sessões gravadas por Freddie Mercury em 1991. Apesar de Deacon se afastar da banda em 1997, May e Taylor continuaram juntos.
Em 2011 o músico Adam Lambert completou o grupo, que promete lançar em 2012 um álbum de faixas inéditas que contará com um dueto nunca antes lançado de Freddie Mercury e Michael Jackson, gravado no início da década de 1980.
0 comentários:
Postar um comentário