4 de mar. de 2013

Perdidos no Espaço da TV: Golden Boy - Primeiras Impressões

Posted by Aline Guevara On 20:45 0 comentários


Golden Boy é a nova série procedural da CBS. Para quem não está familiarizado com o termo, "procedural" remete àquelas séries cujos os episódios seguem uma linha de acontecimentos parecidos, como o "caso da semana", o "crime da semana", o "doente da semana". Portanto Golden Boy é um seriado essencialmente policial, porém apresenta uma premissa um pouco diferente das outras do gênero.

Clark e Owen
Walter Clark alcançou a invejada posição de Comissário de Polícia aos 34 anos de idade. Muito mais novo do que o presidente Roosevelt era quando assumiu o mesmo cargo. Mas, como ele explica ao jornalista do The New York Times que o entrevista, até chegar ali foi uma longa jornada, que lhe custou muito.

É assim que começa Golden Boy. A partir daí vemos flashbacks do personagem, como ele virou um herói nacional, entrou na Divisão de Homicídios da polícia e se tornou parceiro de Don Owen, um experiente e sábio detetive. Jovem e impetuoso, Clark tenta provar que merece a posição que conquistou e vai tentar a todo custo subir na profissão. Já podemos perceber desde o início que ele é bem ambicioso e ardiloso. Como bem diria Owen, também prestamos atenção.

Um dos pontos fortes de Golden Boy é a forma como a série é contada, por flashbacks. Tudo bem, isso não é exatamente uma novidade no mundo da televisão, mas como tudo é feito como uma narração para o jornalista que o está entrevistando, a história pode tomar rumos imprevisíveis e não necessariamente verdadeiros. Afinal, será que o protagonista será tão aberto com o entrevistador sobre todos os seus podres?

Clark com a irmã, Agnes: claramente a
trama mais chata de Golden Boy
Aliás, se a forma narrativa é um dos pontos fortes de Golden Boy, o mesmo não dá para dizer de seu protagonista. Walter Clark é pretensioso e arrogante ao extremo, mas o problema maior é que o carisma passa longe dele, o que isso pode significar a antipatia pelo personagem. Eu não desgostei dele, mas não me importo com ele também. Vamos ver se ele será melhor desenvolvido e se essa imagem será alterada. Vários outros personagens sofrem da mesma falta de carisma. Arroyo, um dos detetives de Homicídios, já mostrou que é um canalha e que vai ser uma pedra no sapato de Owen, enquanto Mackenzie, sua parceira, ainda não mostrou muito a que veio. Mas de longe já dá para perceber que a personagem mais sem graça de todos será a irmã viciada em drogas de Clark, que renderá uma trama chatíssima e arrastada.

Mas há salvação, pois Owen está na série. Inteligente, carismático e dono de uma personalidade forte, é difícil não gostar dele. O detetive já dá sinais de que vai ser o mentor de Clark. Com o belo ensinamento inicial (de que todos tem dois lados dentro de si, um bom e um ruim e que vence aquele que alimentarmos mais), está claro que ele vai ser a parte positiva no qual o protagonista vai se segurar em meio à podridão que é o departamento de polícia.

Mesmo diante dos problemas, uma coisa eu tenho a dizer sobre a série: eu fiquei imensamente curiosa para saber o que vai acontecer, como Clark chegou a comissário de polícia, o que ocorreu com Owen, o que vai ser este assassinato-suicídio ou o tiroteio na delegacia... Com seu piloto a série conseguiu seu objetivo, o de fisgar o público. Resta ver agora se consegue mantê-lo.

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