28 de mar. de 2013

Era uma vez: Fortaleza Digital

Posted by Thaís Colacino On 22:44 0 comentários

Antes de Código da Vinci e Anjos e Demônios, Dan Brown resolveu escrever Fortaleza Digital (1998), seu primeiro e fraquíssimo livro. Seguindo a fórmula que tanto gosta, Brown coloca personagens lindos e inteligentes resolvendo enigmas bestas com sociedades secretas tentando matar protagonistas e tomar conta do mundo ou causar um dano muito grande. Ou seja, um enredo de um desenho ou filme ruim.

A trama segue Susan Fletcher, que além de ter um QI tão alto quanto de Einstein, é praticamente uma deusa na Terra de tão bela. Ela é a melhor criptógrafa da NSA, Agência de Segurança Nacional e noiva de David Becker, um professor universitário e que conhece várias línguas estrangeiras. 

O supercomputador da NSA, invencível em decodificar códigos atrás de terroristas, se depara com um novo código inquebrável, nos dizeres de seu criador, e irá expor todos os dados depois de um tempo em forma de vingança contra os Estados Unidos. Não há tentativas e erros: a não ser que a senha correta seja colocada, o programa começa sozinho.

Recheada de clichês e coincidências angustiantes, Fortaleza Digital expõe a inexperiência de Brown, que só aperfeiçoou -muito pouco- a forma de mostrar tais obviedades, mas sem nunca deixar de lado sua fórmula.

Afinal, é muito arbritário Becker ser enviado para outro país para ir em uma missão secreta só porque conhece outras línguas e sem apoio de quem o enviou. É pior ainda ele conseguir pistas por conveniência da história, como os punks no ônibus e a cena do aeroporto. O pior mesmo é que a senha final é tão pateticamente óbvia que o leitor passa a se sentir um gênio, afinal, os personagens de Brown são sempre brilhantes, o que faz parecer que o autor não quer se aprofundar muito em personalidades ou criar personagens tridimensionais, focando sempre na ação e suspense.

Pelo menos nisso reside a qualidade de Brown: o estilo narrativo que corta ações em seu ápice, lembrando o estilo cinematográfico prende o leitor até o fim (mesmo com tantos defeitos, que depois vão fazer o leitor pensar "por que eu fui perder meu tempo com isso?"), não entregando resultados diferentes do imaginado. Não, para falar a verdade, eu não esperava um pouco de dramalhão mexicano no fim do livro. Não que isso seja bom.

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