A Senhora da Magia é o primeiro livro de As Brumas de Avalon escrito por Marion Zimmer Bradlay em sua série que reconta a história do rei Artur e seus esforços para unificar a Bretanha. Pelas palavras da autora quem nos guia pela história são as personagens femininas, tais como Gwenhwyfar (Guinevere), Morgana e Morgause, o que acabou resultando na reelaboração de toda mitologia em volta da lenda Arturiana.

Teliesin, o Merlin da Bretanha, druida e mago, instrui Igraine e a ela dá um fardo talvez grande demais para jovem esposa do Duque de Gorlois e mãe da ainda pequena Morgana: perder o marido para se casar com Pendragon e dar a Bretanha o Rei que tanto precisava para desafiar os invasores, unir seus reinos e manter um lugar digno para Avalon antes que este se perdesse totalmente nas Brumas.
E com essa trama temos o enfoque de toda a primeira parte do livro focando em Igraine e sua doce e trágica historia, seus triunfos e tragédias que ligam a vontade de Merlin e da Sacerdotisa Viviane a seus filhos Artur e Morgana, que precisam seguir destinos muito diferentes.
Na segunda parte do livo descobrimos o que o destino guardou para Morgana, sua vida em Avalon, seu treinamento para sacerdotisa, amores que conhece e sua dedicação à Deusa que culmina no reencontro com seu irmão Artur, então segue paralelo rumo a ele se tornar rei.
Em A Grande Rainha continuamos seguindo os passos de Artur logo após sua coroação de grande rei da Bretanha. É como se realmente o seguíssemos, pois a narrativa se concentra em grande parte em sua rainha Gwenhwyfar. Cristã fervorosa e sentindo-se inferior por ser mulher, pecadora por seus desejos e por seu amor por Lancelot, ela tenta redimir seus pecados levando Artur cada vez mais ao cristianismo ao mesmo tempo em que desenvolve um ódio crescente contra Morgana. Em parte este ódio se desenvolve por esta não aceitar se tornar cristã e viver com a liberdade de uma mulher pagã, em parte pelo ciúme que sente de Morgana com Lancelot. A grande rainha torna-se a força por trás das mudanças em Artur e as consequências para Avalon.

A grande ressalva é que a autora em muitos momentos busca em sua parte mais romântica o ideal platônico do amor, inacessível, inabalável e dramático. É até bonito em algumas partes e dá coerência à história e às decisões que vem de tal sentimento, mas são muitos os personagens com este amor imensurável, e as citações sobre ele são repetidas diversas vezes. Por mais que o livro se baseie em sentimentos, declamá-los tantas vezes é cansativo e faz a história perder o ritmo. O texto ainda é belo e forte, só precisa de um pouco de paciência para ler tantas vezes declamações de amores impossíveis.
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