23 de out. de 2012

Das Prateleiras: O Preço do Amanhã

Posted by Natália Lins On 22:15 0 comentários



A ficção científica é capaz de trazer elementos que são capazes de criar novas concepções de mundo, com suas próprias regras. O universo paralelo criado por essas produções proporciona digressões em relação a questões aparentemente corriqueiras. O Preço do Amanhã tinha tudo para se encaixar nesse perfil, mas apesar de possuir uma premissa bastante interessante ele não aprofunda em sua própria ideia. 

Inúmeras foram as abordagens sobre a desigualdade social. A má distribuição de poder e renda são capazes de gerar grandes conflitos, abalando as estruturas de um sistema que busque por um convívio em comunidade. É em torno dessa problemática que o filme roda, porém essa crítica social acaba ficando em segundo plano. 


A trama narra um futuro não datado, onde os seres humanos foram geneticamente modificados para não envelhecerem após os 25 anos. A partir desse momento eles receberão um relógio subcutâneo biológico, regressivo, exibido no antebraço. Para sobreviver a partir daí é preciso encontrar meios para que mais tempo seja creditado em seu relógio. O tempo virou a moeda de troca, o salário é pago em dias, todas as relações comerciais serão desenvolvidas através da compra, venda e doação de tempo. Se quiser continuar vivo, não deixe seu relógio zerar. 

Will Salas, vivido por Justin Timberlake, é um jovem do gueto que, ao lado de sua mãe vive constantemente brigando contra o tempo para garantir a existência dos dois. Em um encontro inesperado, Will conhece um homem cansado de seus 116 anos resolve doá-los para ele. Além disso, revela para o jovem todo o mecanismo da subsistência dos necessitados que contribuem sem saber para que os abonados continuem vivendo e vivendo... O jovem usará todo o tempo que lhe resta para se infiltrar no mundo desses abonados para fazer justiça.


Diante dos olhos do público algo faz lembrar o mítico herói Robin Hood, que tira dos ricos para dar aos pobres. Will se dispõe junto com a garota rica Sylvia Weis, interpretada por Amanda Seyfried, a resgatar o tempo acumulado e distribuí-lo entre os necessitados. E a partir desse momento se revela um filme comum de ação. Uma grande ideia perdida em meio a perseguições, com conflitos fáceis. A correria é tamanha que no final o motivo da fuga dos protagonistas se perde. 

Apesar de tudo, o longa que não deixa de ter uma ideia original, com direito a discussões e reflexões sobre a incansável obsessão do ser humano pela juventude eterna. O clichê "viva cada dia como se fosse o último" nunca caiu tão bem para um filme como em O Preço do Amanhã.


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