20 de out. de 2012

Crítica: Os Candidatos

Posted by Thaís Colacino On 15:32 0 comentários


Os Candidatos chega aos cinemas em um momento extremamente propício: não só estamos em época de eleições no Brasil, mas os Estados Unidos decidem em breve quem será o presidente. Nada melhor que lançar um filme tirando sarro e criticando implicitamente os absurdos das campanhas políticas, seus gastos e falta de propostas e colocando bebês, propagandas com nudez e até o cachorro do filme O Artista no meio.


Na trama o candidato a deputado republicano Cam Brady (Will Ferrell, O Âncora: A Lenda de Ron Burgundy) vai para sua quinta reeleição pelo 14º distrito, o da Carolina do Norte. Como ele não tem concorrentes, é só se candidatar que ele automaticamente ganha. Tudo muda quando dois irmãos megaempresários, Wade Motch (Dan Aykroyd, Ghostbusters) e Glenn Motch (John Lithgow, 3rd Rock from the Sun) decidem que precisam de um candidato mais maleável e manipulável para o bem dos negócios deles. Eis que entra em cena Marty Huggins (Zach Galifianakis, Se Beber, Não Case!), um homem honesto e esquisito que quer agradar ao pai e ajudar o distrito.



Quando começa o jogo sujo pelos votos, o filme zoa descaradamente o Tea Party e todos os esteriótipos que este agrega: conservadores, nacionalistas que odeiam comunismo, individualistas, amantes de armas e guerras, preconceituosos e burros. Com debates que não exploram nenhuma proposta, os candidatos atacam unicamente as fraquezas um do outro com discursos cheios de adjetivos jogados e inflamados, que fazem a plateia vibrar. Não deixa de ser uma crítica extremamente engraçada (e sem noção). Desde o tipo de roupa até a raça de cachorros (os pobres pugs são considerados comunistas pela raça, atraindo a ira de eleitores), passando também pelo visual da família e da casa, tudo é uma arma contra o outro.

Apesar disso, o filme não abusa da comédia escrachada para fazer rir, utilizando mais o absurdo das situações e dos personagens, além das revelações honestas de muitos deles (inclusive de um senhor que parece muito o Woody Allen). Há desde soco em bebês até propaganda política pornô, tudo para conseguir  votos e, surpreendendo até quem noticia, são táticas super efetivas.

Will Ferrell, acostumado com personagens diferentes, atua bem e faz até o público acreditar que é possível algum candidato ser tão ingênuo, tapado e mal ao mesmo tempo. Zach Galifianakis, que já interpretou o esquisito Alan, mostra uma atuação mais diversificada e contida, mesmo que ainda excêntrica. Outros destaques são Sarah Baker (Go On), esposa de Marty e Dylan McDermott (American Horror Story), como o marqueteiro e intimidador oficial dos megaempresários Motch.

O filme tem cenas hilárias (o soco e as confissões, principalmente) e mesmo utilizando alguns clichês, não deixa de ser muito divertido e crítico, seja com os políticos, com o público manipulável, com as empresas investidoras que norteiam as eleições. E mesmo usando todos os esteriótipos ruins dos republicanos, não deixa de enaltecer as qualidades de cada personagem.

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