17 de set. de 2012

Perdidos no Espaço da TV: Elementary - Primeiras Impressões

Posted by Aline Guevara On 23:13 0 comentários




Mesmo sendo fã fervorosa de Sherlock Holmes, decidi assistir Elementary de mente e coração abertos, afinal versões diferentes do clássico de Sir Arthur Conan Doyle podem resultar em ótimas produções, como os divertidos filmes com Robert Downey Jr. ou a excelente série da BBC, Sherlock. Infelizmente, ao fim do primeiro episódio, fica a impressão que Elementary é mais uma série genérica de investigação aproveitando nomes consagrados.

A série traz Sherlock Holmes (Jonny Lee Miller), um brilhante consultor investigativo inglês, a Nova York, onde fez tratamento em uma clínica de reabilitação para se recuperar do uso de drogas. O pai do investigador, na Inglaterra, contrata a ex-médica cirurgiã Joan Watson (Lucy Liu) para acompanhar o filho nos primeiros dias fora da clínica. E ela mal tem tempo de conhecer seu paciente antes de ser arrastada para uma cena de crime e logo os dois estão inseparáveis.

A série lembra vários elementos do personagem original de Doyle, como o envolvimento com drogas, o tédio quando não tem nada para investigar, o interesse por coisas aparentemente superficiais como copiar as falas, entonação e trejeitos de um ator. Além disso, é interessante ver Sherlock chamando Joan insistentemente de Watson, uma vez que nos livros os dois personagens realmente nunca chamavam o outro pelo primeiro nome.

O grande problema é que a parte investigativa do episódio foi muita fraca. Várias das deduções "brilhantes" de Holmes foram observações que o próprio espectador poderia fazer (com tantos cacos de vidro no chão da cozinha era muito óbvio que mais de um copo havia sido quebrado!). O investigador nem pareceu tão genial, ao passo que seus colegas da polícia se mostraram bem estúpidos. A reviravolta final para descobrir o assassino foi completamente absurda. A facilidade com que Watson entra na investigação, inclusive ajudando Holmes em um interrogatório sem que conversassem antes, é forçada. 

Um dos pontos positivos da série é o britânico Jonny Lee Miller, que curiosamente já trabalhou no teatro com Benedict Cumberbatch, o Sherlock da série inglesa. A despeito das várias versões de Holmes que surgiram recentemente, o ator conseguiu criar uma personalidade própria para o seu personagem.  De fato, seu Sherlock é bem carismático e divertido, mas ainda não mostrou a genialidade de seus antecessores. Já Lucy Liu não está ruim como a Dra. Watson, mas como ainda não se decidiu entre ser uma profissional séria e uma mulher durona, o resultado é apático.

A cena do encontro dos dois é interessante, porque ela já brinca com um dos maiores receios dos fãs de Holmes quando receberam a notícia de que Watson seria uma mulher: um envolvimento romântico entre eles. Mas, mesmo com a brincadeira e apesar do episódio não sugerir nenhuma relação amorosa começando, é inevitável que isso ocorra em algum momento na série.

A série pode melhorar e apresentar casos e situações mais interessantes para Holmes e Watson, mas o episódio piloto não impressiona e não gera ansiedade para continuar acompanhando.

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