(Spoilers de O Pistoleiro)
O livro inicia-se imediatamente após os eventos ocorridos no primeiro livro, ou seja, depois da conversa entre Roland e o Homem de Preto seguida da morte deste último. Para prosseguir seu caminho para a Torre Negra, o pistoleiro deverá procurar aqueles que o bruxo revelou em suas cartas: O Prisioneiro (“A fogueira atirava incômodas sombras oscilantes sobre o rosto do homem subjugado, dando a ilusão de que se mexia, se contorcia numa dor inexprimível.”), A Dama das Sombras (“Ela não parece ter duas caras, pistoleiro? Pois tem. Pelo menos duas caras.”) e A Morte (“Mas não para você, pistoleiro.”).
Roland precisará atravessar três portas que apresentam uma passagem para o nosso mundo, a Nova York nos anos 1980 e anos 1960. Mas após ser atacado por criaturas venenosas chamadas lagostrosidades, o pistoleiro tem alguns dedos a menos e está definhando aos poucos e quanto mais o livro avança, mais fraco ele está. Portanto, não só a jornada para a Torre Negra depende de seu sucesso no nosso mundo, mas também sua própria vida.
Depois de um primeiro livro introspectivo, centrado somente no protagonista, este segundo volume da série nos apresenta alguns personagens que serão extremamente importantes para a jornada de Roland. O primeiro deles é Eddie Dean, o prisioneiro, um viciado em heroína que tenta entrar em Manhattan contrabandeando cocaína para o criminoso Enrico Balazar, que mantém o seu irmão Henry raptado. O rapaz é contraponto ao pistoleiro, pois apesar de sua trágica história de vida, ele é absurdamente engraçado, fazendo piada até mesmo nas horas nas piores horas (e principalmente nelas). Humor ácido e falta de senso são algumas das características mais contundentes do personagem.
A segunda porta leva Roland até Odetta Holmes, uma negra milionária e ativista que perdeu as pernas em um acidente (aliás, descobrimos que não foi acidente coisa alguma, foi tentativa de homicídio!) quando protestava. Mas esse é o menor dos problemas da moça, pois depois de trauma na infância ela desenvolve uma dupla personalidade, a terrível e intratável Detta Walker. Nenhuma das duas personalidades tem conhecimento sobre a outra, o que frequentemente a coloca em situações delicadas.
"O que estava atrás da porta número Um era quase terrível e o que estava atrás da porta número Dois era ainda pior, e agora, em vez de irmos embora como pessoas sensatas, vamos em frente, dar uma olhada na porta número Três. Do jeito que estão as coisas, é claro, podemos encontrar alguma coisa tipo Godzilla, ou Ghidra, monstro das Três Cabeças, mas estou otimista." - Eddie Dean
A terceira porta, como Eddie já profetizava realmente traz um panorama ainda pior para o pistoleiro, pois Jack Mort consegue ser ainda mais “problemático” que os dois anteriores. Mas se quer saber o porquê, confira o livro. Não vai se arrepender.
A Escolha dos Três marca uma transição na série de Stephen King. O ritmo e o tom da história se alteram drasticamente e já indicam que a busca pela Torre Negra vai trazer muito mais ação do que imaginávamos a princípio. E em meio a tantas imersões no passado dos novos personagens, o de Roland permanece uma incógnita e seus pequenos flashbacks, que continuam trazendo nomes como Cuthbert e Alain, atiçam ainda mais a curiosidade.
Se ao fim de O Pistoleiro ainda temos dúvidas em relação a saga Torre Negra, depois de A Escolha dos Três estamos totalmente fisgados e preparadas para devorar Terras Devastadas.
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