2 de jun. de 2012

Vs the World: O Último Show

Posted by Renan Martins On 15:22 0 comentários


O Último Show (Last gig in Shnagrlig, no original) é a quarta história da banda de rock menos famosa do mundo, a Not Quite Dead.  É a primeira publicação com os infames músicos a sair no Brasil - as anteriores você terá de buscar em inglês mesmo. 


Em tempos de super-herois sombrios e decadentes e de HQs densas e céticas, o autor aposta no humor do absurdo com pitadas de crítica ao governo americano e aos regimes teocráticos e autoritários do oriente médio.


O Not Quite Dead toca um rock and roll precário no Kaos Club, um boteco grunge dirigido por donos excêntricos. Enquanto isso, o governo americano traça planos para obter petróleo no remoto país de Shnargrlig - uma possível paródia do Irã. 




Para alcançar o objetivo, os EUA necessitam de um pretexto para intervir militarmente no território estrangeiro. O filho roqueiro de um funcionário do alto escalão do governo americano (paródia explícita do hippie moderno) sugere convocar um grupo  que é "inconcebível de tão ruim! Não importa aonde vão, sempre causam problemas! Atraem latas de cerveja desde a primeira música!"


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A estratégia pitoresca da Casa Branca é  forjar uma turnê mundial para a banda na insólita Shnagrlig e causar um tumulto de proporções colossais, a ponto de as forças armadas dos EUA serem obrigadas a ocupá-la para "apaziguar" a situação.


As críticas brotam do non-sense e chegam à política de relações exteriores do governo dos Estados Unidos com o Oriente Médio - o histórico recente traz à tona a guerra no Iraque, a ocupação do Afeganistão e as querelas com o Irã.


Também os governos do mundo árabe e do mundo persa são alvos das alfinetadas. As mulheres só podem ir aos locais públicos se vestirem um saco de pão na cabeça (menção  à burca) e os sacerdotes têm poderes para controlar as normas de comportamento em sociedade - numa mistura clara entre religião e política.



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O Traço de Shelton é caricatural, cheio de linhas em cores chapadas, sem muitas nuances, ao estilo dos cartoons. 


O último show é uma história divertida  e que faz graça com os dilemas da política mundial e os costumes em sociedades pouco democráticas. Oportunidade para relembrar que as HQs também podem ser simplesmente uma boa piada.




Sobre o autor


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Ao lado do amigo Robert Crumb, Gilbert Shelton é um dos pioneiros dos quadrinhos underground - gênero emergente na década de 1960 que abordava o universo da contracultura e do rock and roll da época.

Nasceu em 1940, em Houston, EUA. Em 1962 estreou como profissional nas HQs e nos anos seguintes se consagraria com a publicação de Furry Freak Brothers e Fat Freddy´s Cat. Atualmente vive em Paris com a esposa.

Serviço

O Último Show
Número de páginas: 48
Autor: Gilbert Shelton
Editora: Conrad
Ano de lançamento: 2012
Preço: R$ 29,90 em média



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