28 de mar. de 2012

Das prateleiras: Homem Aranha

Posted by Bueno Neto On 01:34 0 comentários

Logo que comecei a ler HQ tempos atrás (na verdade há muito tempo, numa galáxia muito, muito distante) entre vários títulos que devorava teve um que me identifiquei e verdadeiramente me colocou no caminho nerd, era o Homem-Aranha. E como não se identificar com um personagem como Peter Parker? Ele não era um ser invencível de outro planeta, apenas um fotógrafo free lancer que era atormentado por valentões, tinha dificuldades com as garotas, azarado e até no trabalho era explorado pelo chefe e não tinha dinheiro pra nada. Quem pode dizer que não teve algum desses problemas? E ainda era um herói forte, ágil, mas que sofria pra vencer os vilões. Era o único herói que a roupa rasgava e ele ainda tinha que costurar a mão e se espetava, até ficava sem teia entre seus saltos do topo dos prédios, tendo que se virar pra deter a queda. Ficar com a garota então era difícil, uma de suas frases era algo como: "Save the Wolrd, lose the girl".


O Homem-Aranha era o herói mais humano (e azarado) até em seu super heroísmo, e pra quem cresceu imaginando os espetaculares saltos e ver Homem-Aranha voar entre os prédios pendurado em sua teia, um filme sobre o herói era um sonho que se tornou real em 2002 com o lançamento do filme, mas pra quem esperava todos esses elementos será  que o filme decepcionou? Vamos fazer uma análise e ainda pensar "será que é realmente necessário um reboot"?

Como adaptação, o diretor Sam Raimi soube beber da fonte. Melhor que isso, ele praticamente drenou a fonte toda: o filme apresenta quase todos os aspectos que fazem o Homem-Aranha ser tão legal, claro sendo um filme uma mídia diferente foi preciso fazer alterações e até mesmo tomar liberdades criativas.

Começando pela origem: nos Hqs Peter é picado por uma aranha radioativa, no filme é uma aranha geneticamente modificada. Mudança ainda mais drástica é a teia no filme é orgânica, que ele mesmo as cria, no original é fruto de sua genialidade, fato esse pouco explorado no cinema.


A trama segue Peter do colegial onde encontramos todos elementos que nos faz identificar com ele: só tem um amigo, Harry Osborne, é apaixonado pela vizinha Mary Jane, que mal sabe que ele existe e, claro, é perseguido por Flash Tompson. Nessa época tudo muda quando em uma excursão escolar às Indústrias Oscorp Peter é picado por uma aranha geneticamente modificada, ganhando incríveis poderes. E como nas hqs, o filme mostra a parte humana do personagem, em vez de usar seus poderes para o bem, ele resolve usar pra conseguir dinheiro, comprar um carro e conquistar a garota. Eu sei você também iria querer conquistar a garota.

Ele tenta conseguir grana lutando num evento e como o azar de Peter é lendário, é claro q ele é logrado, mas um roubo acontece no evento e como “vingança” Peter, que podia facilmente deter o bandido, o deixa escapar, só pra descobrir momentos depois que o mesmo ladrão que ele poderia ter facilmente detido matou seu tio Ben Parker. Ele tinha o poder e não usou, e assim descobriu que "com grandes poderes vem grandes responsabilidades" e decidiu usar seus poderes para o bem. Esse  primeiro arco da trama construiu o personagem e moldou seu caráter, resgatando toda idéia original de seus criadores. Dessa parte pra frente temos toda estrutura pra ação que desenrola.

E ação não falta: além de termos Homem-Aranha combatendo o crime comum das ruas onde vemos toda agilidade nas acrobacias de luta e a trama se desenrola quando Norman Osborne, pai de Harry, testa em si mesmo um gás experimental e ganha poderes, mas também  enlouquece criando, uma outra identidade: o Duende Verde. No início essa nova personalidade quer apenas destruir aqueles que querem tomar a empresa Oscorp, mas quando Homem-Aranha aparece para deter a onda de destruição que ele vem causando, o Duende fica obcecado. E segue sequências de ação da luta entre os protagonistas.

Se é que alguém não viu o filme ainda não vou contar o final, é sempre bom deixar algumas surpresas quando se vai assistir, e claro o filme tem suas partes ruins, algumas poucas cenas de computação gráfica ficaram falsas, como as cenas dele pulando de prédio em prédio ainda como Peter, correndo atrás do assassino de seu tio; outras mudanças foram desnecessárias, como a teia orgânica; e a roupa do Duende Verde não ficou boa, mas todos elementos estão lá: a roupa continua rasgando, ele ainda sofre pra vencer o vilão e toda vida bagunçada de Peter que o torna tão humano.

Mesmo com suas falhas, é um filme muito bom e uma das melhores adaptações de HQ para o cinema. E com um trabalho como est,e será que faltou algo pra ser contado de sua origem que necessita mesmo de um reboot ou será que vamos ter só mais um caça níqueis? Esperamos pelo melhor, mas a sapatilha que o novo aranha usa nas imagens publicitárias não me dizem coisas boas.

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