Anjos da Noite 4 – O Despertar,
não é ruim. Bom, ele praticamente não tem história e tem muitas falhas no
roteiro, mas se você pensar nele como um jogo de videogame, cheio de ação,
sangue e cenas gore, ele é bem divertido.
Nos primeiros cinco
minutos, o filme faz um resumão dos anteriores: vampiros contra Lycans e a
situação de Selene e Michael, o amor proibido, híbridos, etc. E então, as duas
raças são descobertas pelos humanos (não foi revelado como), caçadas e
praticamente extintas. Claro, era de se esperar que duas raças milenares
tivessem infiltradas no Poder em todos os níveis, já que os vampiros viviam em
mansões e tinham armamento e tecnologia avançados e assim garantiriam a
preservação da espécie, mas aparentemente nenhum dos quatro roteiristas do filme
pensaram nisso.
"Not my daughter, you bitches!" |
Então Selene, a vampira que matou anciões e pode andar no sol, é
trancafiada por 12 anos, até ser solta e descobrir que tem uma filha que é
perseguida pelos supostamente extintos Lycans. O final do segundo filme já
deixava claro que isso ia acontecer, e como nesse mundo os vampiros são o que
são por conta de um vírus, têm coração que bate e podem até se afogar (como no
primeiro filme), não questionamos o fato dela ter uma filha. De fato, ela pode
até ter sido um bebê de proveta, isso nunca fica claro. Então, cabe a mais nova
mamãe chutar a bunda de qualquer um que queria machucar a filha. (Quanto ao
pai, Michael, o ator Scott Speedman não participou do filme, então vemos um ator
tapa buraco com peruca poucas vezes e é só isso que posso falar).
Depois disso, só há
ação. Muitos tiros, lança-chamas, granadas e, principalmente, mãos (quando
verem o que a filha dela faz, vocês entenderão). Cenas em câmera lenta não
faltam, afinal, o filme é em 3D.
Kate continua bem em
seu papel de Selene, sempre bancando a durona, mas com espaço até para lágrimas
(mas devo acrescentar que o momento mais emocionante do filme foi o trailer de
jogos vorazes). É também de se pensar que a própria atriz é uma vampira, já que
interpreta a protagonista desde 2003 e não mudou nada, como comprovamos no
uniforme.
"Mamãe, tem monstros peludos de dois metros me caçando" |
Os outros personagens
são em sua maioria passáveis. A filha de Selene (que chama Eve, mas não lembro
de a nomearem no filme) tem uma ligação telepática com a mãe (e caso os pais se
encontrem isso tem que acabar ou ela ficará traumatizada pela eternidade), faz
uma criança até que madura, mas que não deixa de lado um sonho de ter uma
família.
Os vilões não são nem
um pouco carismáticos e os roteiristas deixaram de lado uma coisa
importantíssima: o que diabos eles queriam com a garota? Porque, aparentemente,
eles já tinham tudo que precisavam. Mas não só isso não é explicado, como
também não sabemos porque um detetive deixa uma arma eficiente que atingiria
mais inimigos de lado e pega uma pistola. Ou porque a ventilação da empresa é
grande o suficiente pra caber um lobisomem. Ou também porque essa empresa, de
alta tecnologia, fica com lâmpadas piscando o tempo todo, inclusive em
cirurgias...
Por fim, é um filme
divertido pelas cenas de ação, acrobacia, Kate e seu uniforme bonito, pelo
clima e mitologia do mundo criado desde o primeiro, super azul, frio e escuro.
A história poderia ter dado uma guinada para parecer com X-men, mas não foi o
que fizeram. É uma franquia puramente para diversão e cumpre bem seu papel. Então
aguardemos pelo próximo. Sim, terá um próximo, o final deixa bem claro isso, e
a bilheteria também.
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