"Antes de embarcar na jornada da vingança, cave duas covas". A frase de Confucio abre o seriado Revenge, do canal americano ABC, e conta a história de Emily Thorne, que na verdade é Amanda Clarke, que volta aos Hamptons para se vingar daqueles que destruíram seu pai e roubaram a infância dela. O pai foi acusado de terrorismo e de assassinato de passageiros de um avião, preso e que consequentemente morreu na prisão. Ela, órfã, acaba indo para clínicas e prisões. Então, Emily/Amanda vai atrás de cada um que participou do julgamento, das acusações e principalmente, das omissões. Para cada um deles está reservado uma forma diferente de vingança.
Não é um tema leve e Emily VanCamp, que faz a Emily/Amanda, pondera muito bem entre a extrema frieza que a protagonista força sobre si e a emoção latente de voltar à própria casa e ao passado, que pode surgir ora na forma de um cachorro ou de sua paixão de infância. Mas, como em Hamptons tudo é política e jogos de aparência, ela mantém o mesmo nível dos adversários, comprando convites de 10 mil dólares para uma tarde de chá ou indo a festinhas fúteis em iates.
Além da curiosidade em saber qual a próxima vítima e como ela irá cair, há a vontade de saber como Emily chegou onde está. Sabemos que o pai era rico e ela é herdeira de uma fortuna por ser sócia de uma empresa de tecnologia, mas durante a série descobrimos que ela sabe outras línguas e tem aliados muito improváveis. Até o momento, continuamos no escuro, o que só aumenta a especulação.
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| Sócios e parceiros na vingança |
Um dos aliados de Emily é seu sócio, Nolan Ross, gênio da informática que todos evitam por ser um pouco inconveniente, mas que tem uma grande lealdade com o pai de Emily, por ter sido o único investidor que fez o negócio decolar e fazer com que ele chegasse a ser o sétimo mais rico do mundo. Pela lealdade ao antigo investidor, ele ajuda Emily com a parte cibernética e até manipulando pessoas, mesmo quando questiona as ações da "amiga", que na maioria das vezes não se importa em quem será machucado, desde que o objetivo seja alcançado. Nolan pode ser descrito, portanto, como a consciência de Emily.
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| Victoria Grayson: a rainha má e glamurosa dos Hamptons |
Os principais alvos de Emily são a família Grayson, para quem o pai trabalhava e quem o acusou. A família em si poderia se auto-destruir sozinha, de tão complicada que é: a mãe, Victoria, é manipuladora, oportunista e aristocrata e, ainda assim, adorada por todos. Sempre bem vestida, com modos impecáveis, consegue destruir outros sem tirar o sorriso do rosto.
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| Daniel Grayson, um alvo? |
O pai, Conrad, inicialmente parece ser submisso à mulher, mas depois vemos que a disputa de poder entre os dois é equivalente. Ele não manipula, mas tem poder suficiente para pressionar os outros a fazer o que ele quer. E no meio disso estão os filhos: Charlotte, uma adorável adolescente, e Daniel, obviamente o filho favorito e talvez por isso, alvo de Emily para adentrar na família. Mas é difícil dizer se ele continuará assim e se Emily não sairá de seu caminho, deixando suas emoções aflorarem.
Com um tema muito interessante, a série faz com que o público anseie pelo que vira, pelas táticas planejadas com (muita) antecedência por Emily e o porque daquela pessoa ter que pagar. Há imprevistos, claro, que só tornar a jornada mais interessante. Emily sabe que cavou sua cova, mas é só mais uma no cemitério que criou.
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