Existem pessoas que não
gostam de musicais, o personagem está lá passando por uma situação
X e de repente começa a cantar. A fórmula foi usada em Chicago,
Hairspray, DreamGirls, enfim. Mas, foi o cinema francês que
conseguiu ver além dessas possibilidades narrativas e estéticas
concretizadas pela indústria norte americana.

Ismäel ( O galã francês, Louis Garrel) e Julie (Ludivine Sagnier) formam um
jovem casal. Entre seus desencontros, com medo da solidão, eles
partem para um relacionamento a três com Alice (Clotilde Hesme).
Formando um triângulo amoroso no qual cada cada tem suas dúvidas e
funções indefinidas.
Dividido em três
partes, o filme é amarrado pelo conflito da perda, causado pela
morte inesperada de um dos vértices do triângulo. Ismäel, até
então um rapaz brincalhão e alegre, tem que encarar suas
fragilidades. Incompleto e carente, ele tem que lidar com a dor de
perder a namorada, a morte chega para contrastar com o equilíbrio
musical, que o enredo tinha até então.Num momento temos três
jovens alegres pela noite nas ruas de Paris, e no outro vem o
descompasso causado pela destruição de um ideal romântico.
O desfecho “Canções
de Amor” é original, não há a pretensão de forçar um final
feliz forçado. Com um extremo cuidado e muita leveza é estabelecido
a relação de Ismäel com Erwann (Grégoire Leprince-Ringuet). No
retrato do cotidiano criado por Honoré, o inesperado é a peça
central. A moral de história não existe, e cada um constrói a sua
história, só é preciso reinventar modos de sentir, dar a
oportunidade de preencher vazios. Um filme sobre amor, na cidade do
amor, Paris.
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