16 de mai. de 2013

Era uma vez: Os Sete

Posted by Aline Guevara On 23:58 0 comentários

André Vianco é um dos nomes mais conhecidos da literatura fantástica brasileira recente e não sem bons motivos. Com uma trajetória tão fantástica quanto a sua literatura, o escritor se esforçou para ver os seus livros ganharem as prateleiras e o primeiro deles, Os Sete, iniciou um dos temas pelo qual ele ficou mais conhecido, os vampiros. E uma das façanhas mais legais de Vianco é que ele traz as criaturas para o nosso próprio ambiente: eles andam, falam e matam em solo brasileiro.

Na trama, acompanhamos primordialmente Tiago, que junto com um amigo descobre em um de seus mergulhos uma caravela portuguesa de quinhentos anos. Mas dentro dela está o maior tesouro: sete caixões feitos de prata que guardavam os cadáveres de condenados acusados de bruxaria. Ignorando os avisos para não abrirem os caixões gravados na prata, pesquisadores da Universidade de Porto Alegre decidem investigar os corpos. E dão início ao despertar dos vampiros lusitanos, um a um.

Cada um dos vampiros tem um "apelido", um nome que os define e geralmente indica os poderes extraordinários que possuem. Temos Inverno, Lobo, Acordador, Espelho e Tempestade, mas também existem aqueles com nomes enigmmáticos, como Gentil e Sétimo, para atiçar a nossa curiosidade sobre qual é o dom desses seres.

Vianco é bem cinematográfico em suas descrições e construções de cena e dá para perceber claramente  as influências audiovisuais do escritor, como filmes, séries e videogames. Algumas das cenas, especialmente os ataques dos vampiros, são extremamente elaboradas e visuais - impossível não "vê-las" tomando forma em sua mente. Destaque para o acordar de Inverno e o ataque de Lobo.

Por um lado, Vianco cria um grupo de vampiros com personalidades muito peculiares e interessantes. É divertido acompanhar os vampiros, principalmente Inverno, com toda a sua arrogância e megalomania. Assim como tembém é interessante o passado dos sanguessuga em Portugal. Mas o escritor peca na construção dos personagens humanos, que, infelizmente, são os protagonistas da história. Apesar de estarem inseridos em algumas cenas bacanas, eles são clichês demais e falta carisma.

O clímax do livro também peca em execução. Em essência, ele é exatamente anticlimático. Mas as últimas páginas nos tiram o fôlego e trazem uma surpresa interessante, preparando-nos para o próximo volume da série O Sétimo.

Em Os Sete Vianco ainda estava começando a mostrar o seu talento para criar histórias sombrias, talento que só irá desenvolver cada vez mais nos próximos romances. Mas desde então, ele já demonstrava que era promissor.









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