8 de abr. de 2013

Perdidos no Espaço da TV: Hannibal - Primeiras Impressões

Posted by Aline Guevara On 23:53 0 comentários



Definitivamente 2013 é o ano dos psicopatas na televisão, tamanho foi o número de estreias de programas em que eles eram o foco principal. Algumas das séries decepcionaram, como Cult, mas outras promessas, como The Following e Bates Motel, fizeram sucesso com a crítica e com o público. Agora chegou a vez do último dos grandes psicopatas dos cinemas fazer a sua aparição nas telinhas: Hannibal.

Dr. Hannibal preparando uma de suas "iguarias"
Levando o nome de seu co-protagonista, a série Hannibal divide o foco entre o psicopata, que só aparece aos 21 minutos no episódio piloto, e o investigador Will Graham. A trama é baseada nos livros de Thomas Harris, que fundamentaram à série Hannibal nos cinemas, mas mais especificamente em seu primeiro livro, Dragão Vermelho. Nele, Graham está à frente da investigação de estranhos homicídios e recebe a ajuda do Dr. Hannibal Lecter para traçar o perfil do psicopata que está caçando... um canibal. E é exatamente essa a premissa do episódio piloto do seriado.

Não é nada fácil assumir o papel que já foi de Anthony Hopkins, mas Mads Mikkelsen consegue entrar no personagem com responsabilidade e até cria trejeitos próprios que funcionam muito bem. Ele sabe que o Hannibal Lecter é icônico, mas também sabe que tem a possibilidade de fazer algumas inserções no personagem e não se limita, o que é ótimo.

Will Graham em um de seus momentos de "transe",
nos quais entra na mente dos psicopatas
Mas quem rouba a cena na série (não dá para não dizer que foi uma grata surpresa) é Hugh Dancy, como Graham. Fantástico em sua caracterização, o ator cria um protagonista bem complexo: ele possui o dom de conseguir entrar na mente de psicopatas, entender o que estão sentindo (ou não sentindo), o que os motiva, porque agem como agem. As cenas que o mostram recriando os crimes por suas próprias mãos são incríveis, uma ótima decisão da direção da série que só deixa a sua história ainda mais tensa. Por conta dessa estranha empatia, Graham não tem nenhuma habilidade em se relacionar com as outras pessoas, ao invés disso ele passa suas noites recolhendo cachorros e levando-os para sua casa.

A série é uma produção de Bryan Fuller, conhecido também por estar à frente de Pushing Daisies e Dead Like Me, e uma das características de seus projetos é o uso das cores para expressar situações ou emoções dos personagens. Em Hannibal também vemos claramente esse uso, principalmente para explicar a personalidade de Will Graham. Na maior parte do tempo o filtro azul impera nas imagens, transmitindo a frieza que ele utiliza para afastar as pessoas uma vez que tem uma grande dificuldade em ser sociável. Enquanto que as cores quentes e confortáveis aparecem nos momentos em que ele se conecta com as personalidades dos assassinos, momentos em que finalmente fica no domínio da situação.


Hannibal estreou em um horário extremamente ingrato na grade da NBC, às 22h da quinta-feira, que apresenta números muito baixos de audiência e várias séries que o ocuparam foram canceladas. O seriado do psicopata mais famoso do mundo fez uma audiência mediana, mas já teve seus 13 episódios encomendados muito antes da apresentação do piloto. De qualquer forma, resta ver o seu desempenho nos próximos episódios para saber se ele vingará e terá vida longa no canal. Pelo que foi apresentado no primeiro episódio, eu espero que sim.

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