Muitas séries e filmes originaram-se de livros, alguns obscuros que foram alçados à fama e que geralmente são melhores que as versões para as telas. Mas esse não é o caso de Dexter - A mão esquerda de Deus.

Diferente do seriado, o Dexter do livro de Jeff Lindsay parece de fato não sentir nada. Como a narrativa segue os pensamentos do protagonista, é claro que ele é calculista, tem desejos homicidas e que "se pudesse amar alguém" provavelmente seria Deb, o mais perto de família que ele tem. Claro que comparar o personagem do livro ao aquele vivido por Michael C. Hall não é justo e nem deveria ser feito, mas é impossível quando uma mídia se baseia em outra. O Dexter do livro é mais cínico e até mesmo mais engraçado, mas está a anos-luz do carisma do Dexter da série.
O livro não é de todo ruim. A escrita de Jeff é leve e facilmente compreensível, adentrando em detalhes apenas sugeridos na série (como o fato de Dexter também ser um habilidoso hacker), deixando de lado as relações interpessoais com outros personagens, que ficam de lado para que possamos aproveitar o protagonista e seu antagonista. Vale a pena mencionar que os filhos de Rita, Astor e Cody, também não são os 'anjinhos' da série: eles têm um lado obscuro como o de Dexter em desenvolvimento...
O problema do livro é o clímax. Justo nessa parte, Jeff tenta fazer um suspense com o capítulo final, e o faz ao escrever uma cena tão confusa que sua conclusão não existe, e só sabemos o que aconteceu no capítulo seguinte, mas não sabemos COMO aconteceu. Seria melhor se a ação fosse bem construída e inspirasse emoção nos leitores, e não somente um final jogado.
O final do livro é completamente diferente do da série e a partir de então a série literária toma rumos diferentes (passando por uma trama pavorosa em Dexter no Escuro, terceiro da série). Para quem quer explorar os outros caminhos possíveis de Dexter, é um livro interessante, mas mesmo com a qualidade da série caindo em relação as primeiras temporadas, ela ainda é melhor que os livros.
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