Ben
Affleck está realmente se empenhando para fazer as coisas darem certo. Em seu
terceiro trabalho, onde faz ao mesmo tempo o papel de diretor e ator, mostrou
que está se solidificando no mercado cinematográfico.
A
prova disso é seu novo filme, Argo. A história real recontada pelo
roteiro de Chris Terrio, e baseada em um artigo de Joshuah Bearman, é ambientada em
1979, quando manifestantes iranianos invadiram a embaixada norte-americana em
Teerã exigindo que o governo entregasse o sádico xá Reza Pahlevi, que prendia e torturava quem discordasse de sua forma de fazer política, levando o
país à miséria. Furiosos, os iranianos fizeram 54 prisioneiros. Porém, seis funcionários
escaparam durante os ataques e esconderam-se na casa do embaixador canadense Ken
Taylor (Victor Garber).

A dualidade de ambientes na tela flui com
naturalidade, saltando do Teerã, com seus tons cinza frios e com sequência
cheias de tensão e urgência, a Los Angeles, com suas cores intensas e com tramas
mais leves, permitindo-se até se fazer piadas, o que quebra um pouco o peso
dramático do longa. Mas sempre que o humor surge na tela, em seguida o espectador é
lembrado da urgência da situação.
A narrativa é muito bem conduzida por Ben Affleck, diretor com muito talento e inteligência. Mesmo com a complexidade de lidar com
um número grande de personagens, ele foi capaz de explorá-los de forma
proveitosa, não deixando que o espectador ficasse confuso em momento algum.
Não se levante da cadeira assim que a película acabar, pois junto com
os créditos inicia-se uma pequena amostra da pesquisa histórica realizada para
realização da obra. Fotos, documentos e até narrações são apresentadas ao
público para garantir que o longa foi realmente "baseado em fatos reais".
Argo vai muito além de um simples entretenimento, ele aborda
questões e fatos históricos vividos por pessoas reais. Dramas e tensões
provocados por seres humanos com pensamentos ignorantes e até arcaicos, mas infelizmente
vivenciados há poucos anos.
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