Branca de Neve de Camille Rose Garcia

Todos conhecem a história da Branca de Neve, seja a original ou a mais famosa contada pela Disney em 1932, com o desenho animado. Mas só porque a história é conhecida não quer dizer que ela não possa ser revisitada sobre novas roupagens (e interesses comerciais, vide os dois longas lançados este ano, Espelho, Espelho Meu e Branca de Neve e o Caçador). Uma versão lançada este ano, aproveitando a onda dos filmes, foi o livro Branca de Neve da Geração Editora, que tem como diferencial as belíssimas ilustrações de Camille Rose Garcia.

A versão utilizada é a dos irmãos Grimm, na qual a madrasta não tenta matar Branca de Neve somente com a maçã, mas também com um espartilho apertado, o pente envenenado e o caçador, fora a fruta, claro. A parte fantasiosa que o beijo do amor verdadeiro a despertaria também não existe. E Branca de Neve também não é a pessoa mais boazinha... 

Camille Rose Garcia

A ilustradora Camille Rose Garcia não é estranha para as fábulas. Ela também ilustrou uma versão de As Aventuras de Alice no país das Maravilhas, de Lewis Carroll, em 2010, "coincidentemente" o ano em que saiu a versão de Tim Burton para os cinemas. Entre seus próximos projetos, está a versão de Chapeuzinho Vermelho. 

Não é difícil reconhecer o estilo de Camille: são desenhos góticos e um tanto surrealistas, com pessoas que de vez em quando tem quatro olhos. A ilustradora nasceu em Los Angeles e diz que suas maiores influências são Walt Disney e Philip K. Dick, escritor  de obras que inspiraram os filmes Bladerunner, Vingador do Futuro, Minority Report, O Pagamento, O Vidente e Os Agentes do Destino. Ela afirma que suas ilustrações são "críticas sobre o fracasso das utopias capitalistas, reunindo referências da cultura pop com uma veia satírica da modernidade". Independente se concordamos ou não, é impossível negar que os desenhos tem apelos e são belos, lembrando a mesma mistura de gótico e doçura de Tim Burton.

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