12 de mai. de 2012

Crítica: Battleship - Batalha dos Mares

Posted by Thaís Colacino On 11:03 0 comentários



Battleship - Batalha dos Mares (131 minutos) é um daqueles filmes que ninguém entende bem porque foi feito ou, pior, porque as pessoas vão assistir. Entrando na (perdoem a brincadeira) "onda" de filmes com alienígenas com naves e trajes que são uma realidade alternativa de Transformers (afinal, a Hasbro está envolvida) e a falta de criatividade extrema de Hollywood, que chegou ao ponto de conseguir fazer um filme (sem história) a partir de um jogo de tabuleiro, Battleship é, mais do que tudo, uma (péssima) homenagem aos veteranos da Marinha norte-americana e ao passado.

O herói indisciplinado e impulsivo

O filme começa com o herói, Alex Hopper (Taylor Kitsch, de John Carter) comemorando o aniversário em um bar, com direito à um muffin e um discurso do irmão Stone (Alexander Skarsgard, de True Blood) tentando colocar jeito na vida de Alex. Claro que este ignora ao ver uma linda loira, Sam (Brooklyn Decker, que antes era modelo) que quer comer um burrito de frango. Anos depois estão apaixonados, mas o pai da moça, de alta patente da Marinha, não aprova pois Alex é indisciplinado e causa muitos problemas por ser impulsivo. Eis então que os aliens resolvem aparecer, atendendo um chamado da Terra (cientistas mandam frequências para um planeta com condições similares às da Terra e o planeta responde com cinco naves de guerra, claro), e surge uma chance dele provar o valor que tem e usar todo o "potencial desperdiçado" (isso é repetido pelo menos três vezes em quinze minutos).



O boné é o item de sobrevivência mais importante
Seguindo fielmente a clássica jornada do herói, Battleship é previsível e tem diálogos risíveis, além de atuações no máximo passáveis. A cantora Rihanna, que faz Cora Raikes, e é uma das principais peças propagandistas do filme, atua tão bem quanto todos os outros do filme. Pense nisso.

No quesito de "relembrar o passado é viver" misturado com "alguma informação dada aleatoriamente no começo que será importante depois", está a cena em que Alex e Sam chegam atrasados ao treinamento e uma criança turista pergunta a diferença entre o Destroyer (navio usado atualmente) e o Encouraçado (o tal Battleship, antigo e analógico). Claro que o protagonista para e responde e claro que o público sabe que essa informação será imporante depois. Para quem se interessar: os Destroyers são os navios de guerra mais rápidos e leves, usados principalmente contra submarinos e com muito armamento. Os Encouraçados têm nome de estados norte-americanos, têm muitas armas e armadura espessa.

Queria burrito, arranjou um namorado

Como homenagem aos militares, há personagens veteranos de guerras, ou que tiveram membros amputados e que, já que não tem mais como lutar pelo país, não tem porque lutar para saber movimentar-se nas pernas biônicas. Outra parte é quando os militares precisam da sabedoria dos veteranos, que se torna involuntariamente engraçada. O único conceito interessante é que os treinamentos militares são entre japoneses e norte-americanos, colocando a Segunda Guerra para trás, ilusão que logo é descartada quando o comandante japonês ensina Alex como monitorar navios sem usar radares, praticamente transformando a tela dos computadores no jogo de tabuleiro que inspirou o filme.






E então chegamos aos aliens. Que eles não apareçam no radar dos humanos até faz sentido, mas que os humanos não apareçam nos deles, a não ser que estejam atacando, não faz (tipo, eles viajaram no espaço e tudo mais, eles deveriam ter uma boa tecnologia, não?). Isso porque as bolas-correntes que os aliens mandam curiosamente acham que uma ponte é inimiga. Seria pelo metal, pela eletricidade? Eles estavam coletando material? Ficamos sem saber.

O problema, de fato, é que os aliens são burros. Aparentemente, só uma nave tinha comunicação com o planeta natal e quem quer que estivesse dirigindo tal nave conseguiu a proeza de, no infinito universo navegável, atingir um satélite terráqueo e se despedaçar.

Mas o mais implausível de tudo (e nesse filme isso é muita coisa) são os aliens serem um tipo de lagarto que tem problemas com o Sol (eles usam uma armadura tipo homem de ferro encontra exterminador, mas sem armas de fogo). Como mencionado antes, eles vem de um planeta com possibilidade de vida similar à Terra, com uma estrela. Aí nos perguntamos: como esses seres evoluíram em um planeta assim e conseguiram criar tantos aparatos tecnológicos de destruição e viagem no espaço? A única explicação plausível é deixar a mente divagar e imaginar que os aliens são soldados criados em laboratório, geneticamente modificados, que servem somente de reconhecimento e por isso são todos iguais.

Battleship foi lançado primeiramente nos mercados fora dos EUA e já arrecadou mais de U$ 100 milhões, o que torna provável uma continuação. Há um gancho para outra história, claro: independente se as naves se reportarem ou não, o planeta natal mandaria outras para ou averiguar a situação ou destruir/escravizar completamente a vida humana. Ou seja, mais explosões e efeitos especiais. É triste pensar que um filme desses tenha boa arrecadação e uma possível continuação enquanto o ótimo John Carter esteja fadado à memória. Isso e o filme só fazem pensar que talvez não há vida inteligente na Terra e, aparentemente, nem fora dela.


* Há uma cena extra pós-créditos, e não é o Nick Fury chamando ninguém para os Vingadores *

0 comentários:

Postar um comentário