O livro Mago e Vidro (Wizard and Glass, 2005) marca uma transição muito clara na já bem desenvolvida série A Torre Negra. Já estabelecemos o nosso grupo de heróis, o ka-tet de Roland, e algumas explicações já foram dadas, assim como o objetivo da missão deles está bem claro. O quarto livro da saga, no entanto, procura nos dar uma pausa da história principal e se aprofundar no passado do protagonita afim de descobrir um pouco mais do porquê o complexo pistoleiro ser como é. E também é aquele livro que você termina, fecha, para e pensa: esse é um dos melhores livros de fantasia que li na vida.
Resenhas dos livros anteriores:
Livro I – O Pistoleiro
Livro II – A Escolha dos Três
Livro III – Terras Devastadas
Em Mago e Vidro vemos cada vez mais referências a cultura pop ao longo da história. O próprio título é uma clara alusão ao livro O Mágico de Oz. Os próprios personagens do livro relembram bastante a história de L. Frank Baum, mencionando vários de seus elementos como a Dorothy, o estado do Kansas, a estrada de tijolos amarelos e os sapatinhos mágicos.
Mas o grande mote e foco deste livro é o mergulho que fazemos a uma história que estava nos matando de curiosidade: o passado de Roland. Depois de três livros de flashbacks misteriosos e nomes que foram sendo repetidos nas lembranças do pistoleiro, finalmente conhecemos um pouco mais sobre a sua vida pregressa quando ele decide que chegou a hora de Eddie, Susannah e Jake saberem o que houve com seus antigos companheiros de ka-tet e com seu grande amor, Susan.
Roland e Susan (imagem da HQ: O Pistoleiro) |
Como é de praxe com Stephen King, a trama é tensa. Pelos mesmos flashbacks que nos indicavam a presença importante de Cuthbert e Alain na vida de Roland, nós também sabíamos que eles estavam mortos e as circuntâncias que envolviam suas mortes, ainda que não fossem reveladas, pareciam ser trágicas. Aliás, como tudo que envolve a história do pistoleiro. Logo, com esse mergulho surge a melancolia, pois os dois parceiros de Roland são mais que gostáveis: são completamente apaixonantes.
Somos apresentados a um Roland de 15 anos (um pouco menos rígido do que sua versão madura mas ainda assim, bem sério), que há pouco se tornou um dos mais jovens pistoleiros do mundo, que chega ao Baronato de Mejis ao lado dos dois amigos, Cuthbert e Alain. A intenção dos jovens é descobrir qualquer ligação que o local possa ter com John Farson, conhecido como o Homem Bom, ou qualquer informação que possa ajudar seus pais a combatê-lo e salvar Gilead de sua guerra. O que eles não esperavam é se deparar os perigoso Caçadores do Grande Caixão ou com a perversa e vingativa bruxa de Cöos.
É em Mejis que Roland conhece Susan Delgado e com ela vive um romance tão arrebator quanto arriscado. A moça está prometida para um dos homens mais poderosos do baronato, que não vai abrir mão da bela jovem. Aos poucos percebemos que todos estão estão envolvidos em um jogo complexo e que quem está dando as cartas é alguém muito mais temível que Farson.
Os embates do livros são de tirar o fôlego. A sequência do encontro do trio de Gilead com os Caçadores do Grande Caixão é absolutamente fantástica. A cada reviravolta (e são várias!) ficamos presos nas páginas e ao mesmo tempo que queremos descobrir sua conclusão, não temos vontade de que termine.
Ainda que este livro seja focado no passado de Roland, alguns detalhes da trama principal já nos indicam algumas pontas que serão desenroladas nos volumes posteriores. E depois de terminar Mago e Vidro, tudo o que você quer é ler logo o próximo.
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