O trabalho de brasileiros nas HQs é notável e grandes nomes se sobressaem no gênero como Fabio Moon, Gabriel Bá (Daytripper) e Raphael Grampá. Esses profissionais, e tantos mais, abriram espaço para muitos outros graças ao reconhecimento de suas obras pela imprensa e permitiu que obras como Cachalote nascesse.
Com um lançamento muito aguardado, a HQ é o resultado da parceria entre o escritor Daniel Galera e o desenhista Rafael Coutinho, filho do cartunista Laerte.
Cachalote é um mosaico de seis histórias independentes: uma idosa grávida que tem encontros oníricos com uma imensa baleia cachalote em sua piscina; um astro decadente do cinema chinês que está no Brasil para o lançamento de seu último filme, mas acaba sendo suspeito de um assassinato; um escultor, endurecido pela vida, que recebe uma estranha proposta de atuar em um filme sobre a sua vida; um vendedor adepto da bondage, técnica de submissão sexual através de cordas, se apaixona por uma garota incrivelmente frágil e suscetível ao seu fetiche; um playboy aproveitador que tem a mesada cortada e é mandado para a Europa para se virar sozinho; e um casal que, mesmo separado, preserva o companheirismo e a amizade.
Cachalote é a estreia de Galera no mundo dos quadrinhos, ele que já tem um trabalho sólido na literatura com os livros Mãos de Cavalo e Cordilheira, vencedor do Prêmio Machado de Assis na categoria romance. Utilizando sua experiência no campo literário o escritor tece tramas que têm pontos altos e baixos. Por um lado, ele cria personagens envolventes e situações criativas. Por outro, a transição entre uma história e outra às vezes é brusca demais, quebrando a narrativa crescente. E apesar de algumas das histórias serem ricas o suficiente para nos manter envolvidos e curiosos por sua conclusão, outras, como a do casal, demoram a mostrar o porquê de terem sido incluídas na obra.
Cachalote é a estreia de Galera no mundo dos quadrinhos, ele que já tem um trabalho sólido na literatura com os livros Mãos de Cavalo e Cordilheira, vencedor do Prêmio Machado de Assis na categoria romance. Utilizando sua experiência no campo literário o escritor tece tramas que têm pontos altos e baixos. Por um lado, ele cria personagens envolventes e situações criativas. Por outro, a transição entre uma história e outra às vezes é brusca demais, quebrando a narrativa crescente. E apesar de algumas das histórias serem ricas o suficiente para nos manter envolvidos e curiosos por sua conclusão, outras, como a do casal, demoram a mostrar o porquê de terem sido incluídas na obra.
Já os traços de Coutinho são muito interessantes. Bem diferente do estilo do pai, o desenhista parece brincar com o seu trabalho: às vezes para um mesmo personagem ele se utiliza de traços diferentes, nos obrigando a prestar uma atenção redobrada na história estamos acompanhando.
As histórias são densas e a cada capítulo somos apresentados à novas facetas dos complexos personagens. Elas mesclam realidade e fantasia, repletas de metáforas e situações que provocam estranhamento e aliadas ao visual formam uma mistura bem interessante. A parceria entre os dois artistas, que já planejam novos trabalhos juntos, realmente possui um química forte.
Apesar de não ser perfeita, Cachalote é belo trabalho e não deve em nada para o que vem de fora do país. Merece ser conferida!
Apesar de não ser perfeita, Cachalote é belo trabalho e não deve em nada para o que vem de fora do país. Merece ser conferida!
0 comentários:
Postar um comentário