Escrita pelo norte-americano de origem chinesa Gene Luen Yang, a HQ O Chinês Americano ganhou notoriedade após ser foi o primeiro álbum de quadrinhos a ser indicado ao prestigiadíssimo National Book Award, a maior premiação literária norte-americana, em uma de suas categorias. Apesar de não vencer a premiação, o feito foi impressionante e denota o quanto a publicação tem qualidade, além de relembrar que a nona arte não fica devendo para a literatura (apesar da polêmica postura conservadora dos críticos literários perdurar).
O Chinês Americano se aventura por três narrativas: a primeira é a famosa lenda oriental do Rei Macaco, nascido de uma pedra e o mais poderoso de todos os símios, que quer se igualar em poder e respeito aos deuses; a segunda é a história do menino que dá título a HQ, Jin Wang, único imigrante em sua sala que sofre bullying de seus colegas por sua etnia; e a trama de Danny, um garoto bonito e popular que sofre ao receber as visitas anuais de seu primo Chin-Kee, um chinês desagradável e inconveniente.
As três histórias parecem não ter qualquer relação a princípio, mas o desenvolvimento da narrativa nos revela que estão intrinsecamente conectadas. Com uma narrativa leve e bem-humorada, Yang tece histórias sensíveis e divertidas, que falam de preconceito, auto aceitação, amizade, ambição, bondade e fé.
Apesar das diferentes narrativas, todas elas tratam a seu modo dos mesmos problemas.
A linguagem simples e o visual colorido que lembra um desenho animado podem dar a falsa impressão de uma narrativa infantil. Apesar de ser direcionado ao público infanto-juvenil, a narrativa é profunda e trata de assuntos importantes para qualquer faixa etária. A HQ pode ser um simples divertimento, mas também abre margem a interpretações críticas em relação à postura da sociedade em relação ao fora do convencional, e também a como nos vemos e aceitamos nossas próprias diferenças.
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