22 de jan. de 2013

Das Prateleiras: Intocáveis

Posted by Natália Lins On 22:30 1 comentários




Há oito anos os moradores dos subúrbios parisienses, em sua grande maioria imigrantes africanos, organizaram violentas revoltas em resposta a maneira desigual com que eram tratados no país. E foi baseado nesse cenário que os roteiristas Olivier Nakache e Eric Toledano realizaram um excelente trabalho em Intocáveis, o maior fenômeno da história recente do cinema francês.

Baseado na história real de Philippe Pozzo di Borgo, a mesma narrada no livro autobiográfico “O Segundo Suspiro”, em que ele, herdeiro de uma família tradicional francesa fica tetraplégico após um acidente de parapente. O escolhido para interpretá-lo nas telonas foi François Cluzet, que o fez com maestria. Philippe aparentemente aceitou com facilidade sua nova condição de vida, onde agora em vez de dar ordens estava submetido à dependência incondicional. Sua vida mudou a partir do momento em que conheceu seu cuidador, que mais tarde se tornaria seu melhor amigo.

Enquanto na vida real o verdadeiro cuidador de Philippe fora o argelino Abdel, na versão cinematográfica quem lhe dá vida é o senegalês Driss, interpretado por Omar Sy. Tudo feito para que as vozes que por muito tempo ficaram caladas pudessem ecoar e mostrar o verdadeiro cenário dos subúrbios franceses.

O choque cultural é evidenciado na tela ao retratar moradores da mesma cidade, porém em ambientes tão diferentes, tudo de uma forma muito sutil, com viés cômico em diversos momentos. Mas é exatamente essa "diferença" que os une de maneira tão contagiante, pois um completa o outro. Driss se torna os braços e pernas de Philippe, não apenas no sentido literal, mas a maneira com que impulsiona sua vida que para ele já não havia mais tantas motivações. Philippe se torna a cabeça do outro, apresentando-lhe a arte e o quão importante é para um homem ter responsabilidade e caráter.

O carisma dos atores somado a uma bela história de superação de vida sem dúvida resultou em um grande sucesso, que cativou o espectador de tal forma que, mesmo parecendo ser uma trama vista muitas vezes, onde o rico encontra o pobre, se tornam amigos e a vida de ambos sofre alterações, mantém o interesse vívido até o final. Sem esquecer suas identidades, são capazes de reconhecer que aquilo que o outro tem a oferecer é primordial para seguir em frente.



1 comentários:

Filme foi simplesmente d+, te faz pensar, emocionar... E uma frase desse texto realmente expressa muito o que o filme tenta passar: "Mas é exatamente essa "diferença" que os une de maneira tão contagiante, pois um completa o outro."
E creio que podemos tirar isso como lição para nossas vidas...

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