Mesmo já tendo assistido a vários trabalhos desse grande ator, ainda me surpreendo quando o vejo nas telas. Ele é capaz de transmitir a paixão que tem pela arte de interpretar. Estou falando, claro, de Selton Mello.
Todo
esse talento é explorado em O Palhaço,
um filme que narra o drama vivido pelo palhaço Benjamim (Selton Mello), que sai
à procura de sua verdadeira identidade diante de uma espécie de crise
existencial. Um filme sensível e poético, preocupado em mostrar a alegria que o
circo é capaz de proporcionar.
O
circo Esperança circula com sua trupe
pelo interior de São Paulo e Minas Gerais, alegrando desde os trabalhadores da
lavoura ao prefeito da cidade. Apesar de apresentar o protagonista sendo
esmagado por uma tristeza que o consome fora do picadeiro, pequenas histórias
são contadas em paralelo, cada personagem com suas particularidades e
lembranças que emociona a quem os assiste.
Benjamim
é filho do dono do circo, Valdemar (Paulo José) e mesmo com uma relação não
muito boa, todos os dias se transformam na incrível dupla de palhaços Puro
Sangue e Pangaré para alegrar a plateia, enquanto a incerteza corrói Benjamim.
Ele anseia por uma vida diferente da que lhe foi imposta a vida toda, quer
experimentar coisas novas, mesmo que corra o risco de se arrepender.
Com
um elenco de peso seria difícil fazer algo ruim. Paulo José criou um personagem
profundo e sensível, que assim como seu filho também tem suas preocupações, mas
as guarda para si. Merecem destaque também as participações de Jorge Loredo
(cheio de características do inesquecível Zé Bonitinho) que foi capaz de fazer
Benjamim rir de verdade, e Moacyr Franco, que criou um dos momentos mais divertidos
do filme no papel do Delegado Justo.
O Palhaço além de carregar uma extrema
sensibilidade ainda é divertido e doce. Ele teve a proeza de unir o cinema ao
espetáculo do circo. Quando as artes se cruzam, não tem erro.
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